segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Ex-ditador argentino nega ter roubado filhos de desaparecidos

O ex-ditador argentino Jorge Videla negou ter roubado e entregue a terceiros os filhos de desaparecidos políticos, em uma investigação sobre a origem dos filhos adotivos da dona do grupo de comunicação Clarín, Ernestina de Noble. "Não entreguei criança alguma a ninguém", limitou-se a repetir Videla, de 84 anos, diante do juiz encarregado da causa. O ex-ditador (1976/1981), detido no quartel militar de Campo de Mayo (periferia noroeste), é processado por centenas de crimes contra a Humanidade. Videla foi condenado à prisão perpétua em 1985, depois indultado em 1990, e voltou a ser detido em 1998, acusado de roubo sistemático de bebês durante a ditadura (1976/83). O indulto de 1990 foi anulado pela justiça em 2007. Cerca de 500 filhos de desaparecidos, a maioria nascido durante o cativeiro das mães, foram roubados e dados para adoção ilegal durante a ditadura. Videla foi citado a prestar depoimento depois que o ex-empresário José Pirillo, do setor jornalístico, declarou há alguns meses que o diretor do Clarín, Héctor Magnetto, havia lhe contado há muitos anos que fez "gestões pessoais para que Videla conseguisse as crianças para Ernestina de Noble".

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