segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Lula chama de loucura relato feito pelo ex-petista César Benjamim

O presidente bolivariano Lula classificou como "loucura" o episódio narrado em artigo do editor e ex-petista César Benjamin, publicado durante a semana no jornal Folha de S. Paulo. No texto "Os Filhos do Brasil", César Benjamin relata conversa de 1994 em que Lula teria dito que tentou "subjugar" (estuprar) um colega de cela quando esteve preso em 1980. O chefe de gabinete da Presidência, Gilberto Carvalho, criticou César Benjamin e o jornal Folha de S. Paulo por publicar o texto. "O presidente está triste, abatido e sem entender o motivo das declarações. Ele falou que isso é uma loucura", disse: "Nos estranha muito a Folha ter publicado isso. É coisa de psicopata, para nós, é uma coisa que só pode ser explicada como psicopatia". Gilberto Carvalho disse que o governo não irá procurar César Benjamin "em hipótese alguma" e também descartou que o presidente processe o ex-petista: "Vamos nos sujar fazendo isso? Quando a coisa é séria, nós reagimos, mas, nesse caso, quando não é, ignoramos". O chefe de gabinete disse que conversou no sábado com Paulo de Tarso Santos, publicitário que, segundo César Benjamin, também presenciou a cena em que Lula teria relatado sua luta com o "companheiro do MEP" para estrupá-lo, quando esteve preso no DOPS, em São Paulo. De acordo com Gilberto Carvalho, o publicitário disse: "Não dá para entender o que deu na cabeça desse menino Benjamin". Paulo de Tarso também divulgou nota sobre o episódio. O ministro da Comunicação Social, Franklin Martins, afirmou que o artigo é "um lixo, um nojo, de quem escreveu e de quem publicou". Cesar Benjamin, de 55 anos, militou no movimento estudantil secundarista, passou para a clandestinidade com o AI nº 5 e foi preso em 1971, quando tinha apenas 17 anos. Ajudou a fundar o PT, do qual se desfiliou em 1995. Um ano antes disso, disse ter ouvido relato de Lula de como o então sindicalista havia tentado subjugar outro preso e estuprá-lo, nos 30 dias em que esteve preso no DOPS paulista. "Chamava-o de 'menino do MEP', em referência a uma organização de esquerda que já deixou de existir. Ficara surpreso com a resistência do 'menino', que frustrara a investida com cotoveladas e socos", diz o artigo, publicado na página A-8. Pela nota assinada pelo publicitário Paulo de Tarso Santos, a reunião e a conversa de Lula parecem se confirmar. Se o publicitário Paulo de Tarso, aquele que tem contrato de R$ 300 milhões com o governo Lula, disse que não se lembrava do fato e discordava do “conceito” do texto de Benjamin, o cineasta Silvio Tendler, já aproveitou para se insinuar no assunto e informar que era ele a outra pessoa presente no encontro, cujo nome César Benjamin não lembrava. O "cineasta" (documentarista) Silvio Tendler, agressivamente, atacou César Benjamin, confirmando o relato de Benjamin. Só que Silvio Tendler diz que tudo não passava de uma “piada”. E assim se fica sabendo que a história do "ataque" de Lula ao “Menino do MEP”, afinal de contas, existiu mesmo. Diz Tendler: “Era óbvio para todos que ouvimos a história, às gargalhadas, que aquilo era uma das muitas brincadeiras do Lula, nada mais que isso, uma brincadeira. Todos os dias o Lula sacaneava alguém, contava piadas, inventava histórias. A vítima naquele dia era um marqueteiro americano. O Lula inventou aquela história, uma brincadeira, para chocar o cara. Só um débil mental, um cara rancoroso e ressentido como o Benjamin, guardaria dessa forma dramática e embalada em rancor, durante 15 anos, uma piada, uma evidente brincadeira”. Quer dizer que Silvio Tendler foi capaz de lembrar, passado todo esse tempo, com detalhes, a reunião e o tema? Quer dizer que achou que o relato de uma tentativa de "estupro" de um companheiro de esquerda preso é motivo para gargalhadas? Qual é a graça que existe em uma história de tentativa de estupro, e contada por um candidato à Presidência da República de "esquerda", contra um "companheiro de Esquerda"? Talvez a única explicação possível seja porque alguns homens, mesmo de esquerda, são muito seduzidos por histórias bagaceiras e cafajestes. Lula teria dito, na tal reunião, conforme César Benjamin, que estava na cadeia, sem mulher, e que não podia ficar tanto tempo "sem buceta" e que estão resolveu atacar o companheiro do MEP. Ora, é evidente, por vários relatos, que César Benjamin, que teve a maior intimidade com o alto comando do PT enquanto permaneceu no partido, contou a verdade. Agora, dá para entender a afoiteza de Silvio Tendler em atacar Cesar Benjamin e defender Lula. Ocorre que ele é tio de um dos roteiristas, Daniel Tendler, que é casado com Júlia Barreto, filha de Fábio, diretor de “Lula, O Filho do Brasil“. Ou seja, antes os meus..... Por liderar greves no ABC paulista, Lula passou 31 dias preso no Dops, em São Paulo, em 1980, com outros sindicalistas, quando a ditadura militar praticamente já tinha acabado. Quem dirigia o DOPS paulista era o atual senador Romeu Tuma, delegado da polícia civil paulista, que passou quase toda a ditadura chefiando aquele antro de tortura, onde reinou o famigerado delegado Sérgio Paranhos Fleury. Lembre-se: a anistia aconteceu em 1979. A revista Veja também ouviu cinco ex-companheiros de cela de Lula. Nenhum deles forneceu qualquer elemento que confirme a história de Benjamin. Eles se recordam, porém, de que havia na mesma cela um militante do Movimento de Emancipação do Proletariado (MEP). “Tinha um rapaz com a gente que se dizia do MEP. Tinha uns 30 anos, era magro, moreno claro. Eu não o conhecia do movimento sindical”, diz José Cicote, ex-deputado federal. “Quem estava lá e não era muito do nosso grupo era um tal João”, lembra Djalma Bom, ex-vice-prefeito de São Bernardo do Campo. “Eu me lembro do João, além de sindicalista, ele era do MEP mesmo”, conta Expedito Soares, ex-diretor do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC. O João em questão, aquele que Lula teria desejado "estuprar", conforme Cesar Benjamin, é João Batista dos Santos, ex-metalúrgico que morou e militou em São Bernardo do Campo. Há cerca de três anos ganhou uma indenização da Comissão de Anistia e foi viver em Caraguatatuba, no Litoral Norte de São Paulo. Diz ele: “Isso tudo é um mar de lama. Não vou falar com a imprensa. Quem fez a acusação que a comprove”. Mas, ele também não negou nada. Que tal, hein?!!!

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