sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Moratória em dívida de fundo de Dubai derruba Bolsas europeias

As Bolsas européias fecharam em baixa nesta quinta-feira. Os investidores se assustaram com o anúncio de que a empresa de investimentos estatal Dubai World admitiu sua incapacidade para honrar obrigações financeiras. A Bolsa de Londres caiu 3,18%, indo para 5.194,13 pontos no índice FTSE 100; a Bolsa de Frankfurt perdeu 3,25% no índice DAX, para 5.614,17 pontos; a Bolsa de Zurique teve baixa de 2,16%, indo para 6.283,38 pontos no índice Swiss Market; a Bolsa de Amsterdã fechou com perda de 3,62%, com 306,72 pontos no índice AEX General; e a Bolsa de Madri teve baixa de 2,55%, com 1.217,58 pontos no índice Madrid General. O emirado de Dubai, duramente atingido pela crise após anos de crescimento ininterrupto, informou na quarta-feira sua intenção de pedir aos credores de seu conglomerado Dubai World seis meses de moratória para o pagamento de uma dívida. Logo após o anúncio, a agência de classificação de risco Moody's baixou a nota de seis importantes companhias do governo de Dubai, um dos emirados que foram os Emirados Árabes Unidos. "Um reescalonamento da dívida indicaria que o governo está se preparando para permitir que uma empresa ligada a ele não honre suas obrigações", afirmou a Moody's. Os riscos de falência do emirado de Dubai alimentam as preocupações sobre a saúde financeira de alguns países, sobretudo do leste da Europa, esmagados pelo endividamento e pela recessão mundial. A falência de um Estado não é algo frequente. A última aconteceu em 2001, quando a Argentina se declarou incapaz de honrar os pagamentos de sua dívida externa, fomentando graves tumultos sociais e abrindo uma crise que se alastrou por vários anos. Porém, com a recessão, este cenário negro está voltando com força total. Obrigados a socorrer os contribuintes e os bancos, os Estados contraíram empréstimos com os mercados para financiar seus déficits. De acordo com a agência de classificação de risco Moody's, a dívida pública mundial vai aumentar 45% entre 2007 e 2010. Em consequência, os mercados podem deixar de comprar títulos de dívida pública e as obrigações emitidas por alguns Estados, ameaçando seu abastecimento de dinheiro. "Os problemas surgem quando os mercados perdem confiança na capacidade de um país de pagar sua dívida", resumiu o economista Juan Carlos Rodado, da Natixis. Os países do leste europeu são os mais ameaçados. Depois da extinção da União Soviética, os capitais estrangeiros chegaram em massa a essas nações e as deixaram logo que surgiu a crise, abalando profundamente suas economias. Hoje, os países bálticos, a Romênia e a Ucrânia, que ainda têm que lidar com crises políticas, lideram o ranking dos países de risco, segundo Rodado. Para continuar a atrair investidores, estes países devem elevar a taxa de juros prometida aos credores, "o que torna a dívida mais cara", lembrou Guy Longeville, do BNP Paribas.

Nenhum comentário: