terça-feira, 3 de novembro de 2009

Morre o antropólogo Claude Lévi-Strauss, aos 100 anos

O antropólogo Claude Lévi-Strauss, um dos intelectuais mais importantes do século 20, morreu no sábado passado, aos 100 anos. Ele sofria de Mal de Parkinson. Lévi-Strauss influenciou de maneira decisiva a filosofia, a sociologia, a história e a teoria da literatura. Ele nasceu em Bruxelas em 28 de novembro de 1908, de pais judeus e franceses. Estudou direito e filosofia na Universidade de Sorbonne, na França. Nos últimos anos, Lévi-Strauss viveu recolhido no apartamento que morou nos últimos 50 anos em Paris e recebia poucos amigos. Lévi-Strauss iniciou seu grande projeto intelectual em 1934, quando foi convidado pela recém-fundada USP (Universidade de São Paulo) para lecionar sociologia. O antropólogo viveu durante três anos no Brasil e fez várias excursões para o Centro-Oeste e o Norte do País e, em contato com índios cadiuéus, bororos e nambiquaras, começou a esboçar as bases do estruturalismo, corrente que revolucionaria a antropologia em meados do século 20. As várias missões etnológicas e as experiências em Mato Grosso e na Amazônia foram contadas em seu terceiro livro, "Tristes Trópicos" (1955), também considerado uma espécie de autobiografia intelectual. As obras fundamentais foram lançadas bem depois de sua curta temporada no Brasil. De volta a Paris, pouco antes do início da Segunda Guerra Mundial, foi convocado para combater em 1939, mas deu baixa por causa da origem judia. Em 1941 se refugiou nos Estados Unidos, dando aulas em Nova York, onde conheceu o linguista Roman Jakobson, que teve uma grande influência sobre seu pensamento. Lévi-Strauss notabilizou-se também por sua atenção entre as relações entre a cozinha e a cultura. Na obra "Mitológicas" (1964-71), ele ilustra a oposição entre a natureza e a cultura, utilizando as noções de alimentos crus e cozidos, frescos e podres, molhados e queimados, por exemplo.

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