quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Sarney diz que apagão não é fato político e sim acidente meteorológico

Apontado por parlamentares do DEM e PSDB como responsável por indicar nomes políticos para comandar grande parte do setor elétrico nacional, o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), minimizou nesta quarta-feira o embate entre governo e oposição sobre o apagão que atingiu o País na semana passada. Sarney disse que "não se pode evitar" a disputa política em torno do tema, mas disse acreditar que as causas do apagão tenham sido meteorológicas. "Eu acho que está havendo, de certo modo, um alargamento da discussão para tentar que ela chegue a terreno político. A minha avaliação é que se esgota no fato em si. Disputa política é algo que não se pode evitar, faz parte do jogo democrático. É isso que alimenta a democracia", afirmou. Sarney defendeu que o governo torne públicas as conclusões técnicas a respeito do apagão para esclarecer as dúvidas relacionadas ao blecaute que atingiu 18 Estados do País. "Eu acho que o governo deve disponibilizar os autos técnicos que recebeu para que possam ser de conhecimento do público", disse. Na opinião do presidente do Senado, o sistema elétrico nacional é "vulnerável" a acidentes, como ocorre em diversos países do mundo: "Do meu ponto de vista, tratou-se de acidente meteorológico que ocorre aqui ou em qualquer lugar do mundo. Todo sistema é vulnerável, dependendo da intensidade desse fenômeno". Em meio à divisão política do setor que acabou exposta depois do apagão, parlamentares petistas afirmaram que o PMDB está no comando dos cargos-chave da área no momento em que o apagão atingiu o governo Lula. A estratégia seria, segundo peemedebistas, distanciar o apagão da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) para evitar danos à sua candidatura ao Palácio do Planalto. O setor elétrico se transformou nos últimos anos em um reduto de disputa política entre PT e PMDB. Fiel aliado do Palácio do Planalto, o PMDB conquistou cargos-chave do setor, como o comando do Ministério de Minas e Energia e das estatais Furnas e Eletrobrás. Apesar de a ministra Dilma ter ocupado o ministério no início do governo Lula, o PMDB ganhou espaço no setor à medida que se tornou o principal partido de sustentação do governo federal no Congresso, onde tem as maiores bancadas tanto na Câmara quanto no Senado.

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