sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Ex-reitor de universidade da Ulbra é suspeito de desviar R$ 30 milhões captados para hospitais

Dados resultantes de quebras de sigilo bancário feitas pela Polícia Federal indicam que R$ 30,2 milhões captados no mercado financeiro para capitalizar hospitais da Ulbra (Universidade Luterana do Brasil) foram desviados por meio de pagamentos a empresas de fachada. Ex-dirigentes da Ulbra são suspeitos de desviar R$ 63 milhões. Autorizada pela Justiça, a quebra de sigilo compõe a investigação sobre as atividades do ex-reitor da Ulbra, Ruben Becker, apontado pela Polícia Federal como líder de um esquema que desviou R$ 63 milhões da instituição desde 2005. A investigação aponta que parte do dinheiro do desvio passou pela Resul, empresa criada em abril de 2007 com a finalidade de emitir debêntures (títulos de renda fixa) para capitalizar os hospitais mantidos pela Ulbra. Tendo como sócios Becker e seu filho Leandro, a Resul captou, segundo a Polícia Federal, cerca de R$ 200 milhões para aplicar nos hospitais. A emissão dos títulos, que foi autorizada pelo Banco Central, tinha como avalista a Comunidade Evangélica São Paulo, mantenedora da Ulbra. A justificativa apresentada na ocasião para captar dinheiro no mercado financeiro era a necessidade de uma injeção de recursos em quatro hospitais, que enfrentavam uma crise. No final do ano passado, os hospitais chegaram a interromper o atendimento por falta de pagamento de pessoal. Segundo a Polícia Federal, R$ 30,2 milhões captados não chegaram às unidades, mas foram distribuídos a 14 empresas de fachada por meio do pagamento de consultorias, que nunca foram realizadas. Uma outra operação de lançamento de títulos também é investigada. Com resgate previsto para até dez anos, os papéis emitidos pelas empresas do ex-dirigente se tornaram um problema para investidores. O pagamento dos juros previstos deixou de ser feito este ano por causa de penhoras e bloqueios judiciais decorrentes das dívidas da Ulbra.

Nenhum comentário: