segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Sobreviventes recordam horrores do Holocausto durante julgamento

O nazista John Demjanjuk reclamava de dores nas costas enquanto sobreviventes do Holocausto recordavam os horrores da Alemanha nazista no julgamento em que é acusado de ajudar a matar 27.900 judeus nas câmaras de gás em 1943. O tribunal rejeitou uma moção da defesa para suspender o julgamento, mantendo o confinamento do homem que já esteve no topo da lista dos criminosos de guerra mais procurados do Centro Simon Wiesenthal. Promotores públicos alemães acusam Demjanjuk de ajudar nos assassinatos do campo de extermínio de Sobibor, na Polônia, onde ao menos 250 mil judeus foram mortos. Antes, o homem de 89 anos sentou-se em silêncio em sua cadeira de rodas e não demonstrou emoção quando 12 pessoas, algumas com os olhos marejados e as vozes trêmulas, descreveram como sobreviveram ao Holocausto, quando outros morreram. Philip Jacobs, de 87 anos, teve de receber ajuda para chegar ao banco das testemunhas, onde disse se sentir culpado por sobreviver ao Holocausto, quando seus pais e sua noiva morreram. "Sobibor é uma ferida aberta", disse o ex-farmacêutico. Outra testemunha, Robert Cohen, de 83 anos, cujo irmão e pais foram mortos em Sobibor, descreveu sua experiência nos campos da morte nazistas, incluindo Auschwitz: "Não sabíamos o que estava acontecendo. Pensávamos que tínhamos de trabalhar". Esse é provavelmente o último grande julgamento de crimes de guerra da era nazista. Demjanjuk nasceu na Ucrânia e lutou pelo Exército soviético antes de ser capturado pelos nazistas e recrutado como guarda de campo de concentração. Ele emigrou para os Estados Unidos em 1951.

Nenhum comentário: