terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Supremo retoma na quinta-feira julgamento sobre caso Eduardo Azeredo

O Supremo Tribunal Federal vai retomar na quinta-feira o julgamento do senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG) por envolvimento com o Mensalão mineiro, esquema de arrecadação ilegal de recursos durante a campanha a governador de 1998. No início de novembro, o julgamento foi suspenso com o pedido de vista do ministro José Antonio Toffoli após a polêmica aberta em torno de um recibo que comprovaria o esquema ilegal. "Esse recibo chama atenção porque é o único documento que leva a uma vinculação com Eduardo Azeredo. E vejo que na denúncia não se deu destaque a ele. Por isso, peço vista à Corte porque me sinto na necessidade de aclarar esse tema", afirmou Toffoli na ocasião. O ministro relator do caso, Joaquim Barbosa, tentou minimizar a polêmica. "A única coisa que tenho a dizer é que esse recibo consta nos autos, está mencionado nos autos. Não faço juízo de valor e limito-me a reproduzir o que consta nos autos. A alusão constante nos autos não quer dizer que eu já considere esse documento como autêntico. Não podia omitir algo que constava na denúncia e que me chamou atenção porque a defesa não se manifestou", disse ele. Eduardo Azeredo acusou o relator do processo, o ministro Joaquim Barbosa, de inserir na denúncia um recibo falso de R$ 4,5 milhões para reforçar os indícios de ligação com o esquema. "Em meio às peças de acusação, o ministro colocou um recibo de incríveis R$ 4,5 milhões. Esse recibo sequer foi mencionado na ação da Procuradoria. É um recibo falso que nunca foi assinado por mim. Ele tem um erro grosseiro de português que fez com que em janeiro de 2007 eu fizesse uma denúncia na Polícia de Minas Gerais contra um lobista. Isso me traz indignação porque não é possível que isso seja colocado como prova. Um recibo falso, que nunca assinei e com erros grosseiros", disse o senador. O ministro Joaquim Barbosa rebateu Azeredo e sustentou que consta na denúncia do Ministério Público Federal um recibo de R$ 4,5 milhões que teria sido assinado pelo tucano para honrar compromissos diversos com as agências de publicidade de Marcos Valério, que ficou conhecido como operador do mensalão.

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