domingo, 10 de janeiro de 2010

Analistas dizem que desvalorização da moeda venezuelana favorecerá o Estado e inflação

A desvalorização da moeda oficial venezuelana, o bolívar, vai favorecer o setor público em um ano de eleições e terá um impacto negativo na inflação do país, que superou os 25% em 2009 e é a mais alta da América, segundo os analistas. O ditador da Venezuela, Hugo Chávez, anunciou na sexta-feira a desvalorização em 100% do bolívar, que passará de 2,15 por dólar a 2,60 para setores prioritários, como saúde e alimentação, mas será cotado a 4,30 bolívares para artigos não considerados de primeira necessidade. Segundo o ditador bolivariano, saúde, alimentos, máquinas, livros, artigos tecnológicos e todas as importações do setor público, além das remessas para o Exterior, estarão sujeitos ao câmbio de 2,60 bolívares por dólar. Já artigos como automóveis, telecomunicações, fumo, bebidas, produtos químicos, petroquímicos e eletrônicos terão uma taxa de câmbio de 4,30 bolívares por dólar. Na Venezuela, desde 2005, o dólar era cotado ao câmbio oficial de 2,15 bolívares, apesar da moeda norte-americana ter disparado no paralelo há meses. Para fortalecer e proteger a economia venezuelana, o ditador bolivariano Hugo Chávez anunciou ainda a criação de fundos especiais de fomento às exportações e estímulo a substituição das importações. O presidente garantiu que o governo e o Banco Central vão intervir no mercado de câmbio para evitar "o manejo especulativo das divisas", além de vigiar as importações. A redução oficial do valor do bolívar a partir de agora implicará no encarecimento das importações, mas Chávez aposta em suportar melhor a carga com a recuperação dos preços do petróleo no mercado internacional.

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