segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Bancos centrais temem nova bolha de crédito e condenam excesso de otimismo

Mal passou o pior da crise e os presidentes dos principais bancos centrais já mostram preocupação com o otimismo exagerado do mercado e o risco de uma bolha de crédito, como a que causou o colapso de 2008. Outra vez, o perigo vem dos Estados Unidos e do excesso de dólares. Trancados na sede do BIS (Banco para Compensações Internacionais, o Banco Central dos Bancos Centrais), em Basileia, em uma maratona de reuniões no fim de semana, os banqueiros concluíram que embora a recuperação esteja correndo melhor do que o esperado, o sistema continua frágil. "A situação em geral está melhor do que poderíamos pensar há algum tempo. Os bancos conseguem levantar capital, aumentaram a lucratividade bem como sua liquidez", ponderou Mario Draghi, do Banco Central italiano: "Mas, ao mesmo tempo, há uma fragilidade substancial". Como sinais, citou a dependência das medidas de estímulo ainda em curso, cuja retirada terá de ser cautelosa, e a consequente necessidade futura de financiamento dos governos. O inchaço dos deficits orçamentários é uma preocupação crescente, sobretudo na Europa. Mas é para os EUA que está voltada a atenção maior. A combinação de baixos juros e alta liquidez produz um dejá-vu pré-crise, em que dinheiro barato começa a alimentar um crescimento insustentável no mercado de ações e de imóveis.

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