terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Comissão na França quer proibição de burca em setor público

Deputados franceses divulgaram nesta terça-feira um relatório que defende a criação de uma lei para proibir o uso do véu islâmico integral na França por mulheres muçulmanas em locais onde são prestados serviços públicos, como administrações, hospitais, escolas e transportes. A proposta é o resultado final dos trabalhos de uma Comissão Parlamentar que analisou durante seis meses o uso do niqab (vestimenta que deixa apenas os olhos expostos) e da burca (roupa usada por mulheres afegãs, que cobre todo o rosto e corpo). "Esse dispositivo obrigaria as pessoas a mostrar seu rosto na entrada do serviço público e também mantê-lo descoberto durante toda a permanência no local", diz o relatório da Comissão Parlamentar. Segundo os deputados, a violação dessas regras não implicaria ações de ordem penal, mas teria como consequência "a não prestação do serviço solicitado". A imprensa francesa estima que a proposta da Comissão Parlamentar de proibir o véu integral apenas nos locais dos serviços públicos e não nas ruas em geral, como defendem alguns deputados e até membros do governo, foi uma saída encontrada para evitar obstáculos jurídicos que impediriam sua aprovação. O relatório será entregue ao Presidente do Parlamento francês e ao presidente Nicolas Sarkozy, que tinha pedido a criação da comissão parlamentar. O Partido Socialista anunciou que se opõe à lei. Uma pesquisa do Instituto Ipsos divulgada recentemente revela que 57% dos franceses são favoráveis à criação de uma lei para proibir o uso do niqab e da burqa na França.

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