sábado, 23 de janeiro de 2010

Coronel Cordero, finalmente, é extraditado para a Argentina

O coronel reformado uruguaio Manuel Cordero, de 71 anos, notório repressor da ditadura militar argentina, que atuou no âmbito da Operação Condor, foi entregue às autoridades argentinas por volta do meio-dia deste sábado. Ele recebeu autorização para viajar depois de ser submetido a exames médicos em Santana do Livramento (RS), onde estava internado. De manhã, Cordero foi levado para Uruguaiana, na fronteira com a Argentina, onde passou por um novo exame antes de seguir para Buenos Aires. A viagem até Uruguaiana foi realizada em uma UTI móvel escoltada pela Polícia Federal. A extradição de Cordero foi autorizada pelo Supremo Tribunal Federal em agosto de 2009, mas sua transferência estava suspensa por razões médicas. Na última terça-feira, o processo foi reativado e, ao ser detido pela Polícia Federal, em Santana do Livramento, onde vivia desde 2004, até ser descoberto por Jair Krischke, conselheiro fundador do Movimento de Justiça e Direitos Humanos do Rio Grande do Sul, ele teve de ser hospitalizado ao relatar problemas cardíacos. O coronel reformado é acusado de crimes cometidos durante a última ditadura da Argentina (1976-1983), como oficial ativo da Operação Condor, aliança das ditaduras sul-americanas para eliminar opositores de esquerda. Ele é suspeito de sequestrar um bebê com 20 dias de vida, filho de uma militante detida ilegalmente durante a ditadura, Sara Mendes, que só veio a localizar esse filho quase 30 anos depois. Ele também é acusado de participação no desaparecimento de 11 esquerdistas em 1976. Este famigerado repressor uruguaio atuou na Argentina no infame centro de torturas e assassinatos chamado Automores Orletti.

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