domingo, 10 de janeiro de 2010

Madeira sobe 8,5% e anula efeito da isenção de IPI sobre móveis

Menos de 45 dias depois de o governo zerar o IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para a indústria moveleira, a medida está ameaçada. A renúncia fiscal estimada em R$ 217 milhões pode se tornar inútil: os fabricantes de painéis para móveis (matéria-prima do setor) driblaram o governo e aproveitaram a redução de imposto para aumentar preços. Segundo a Abimóvel (Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário), entidade representativa das indústrias que compram as chapas de madeira, os preços aumentaram, em média, 8,5% desde o primeiro dia do ano. A alíquota antes era de 10% para as chapas de madeira. Para os móveis, de 5%. "Não há momento pior para esse aumento. Não faz sentido aumentar preço justamente quando o IPI é reduzido. Houve um acordo informal com o governo, que foi quebrado", afirmou o presidente da Abimóvel, José Luiz Fernandez. Os painéis representam em média 60% do valor dos móveis populares no varejo. Os fabricantes de móveis acreditam que esse acréscimo no custo da matéria-prima possa frear o impulso dado ao setor pelo IPI zero. Em 2009, o setor foi abalado pela crise internacional que provocou uma queda nas exportações. No mercado interno, a redução do IPI na linha branca acelerou a venda de geladeiras e fogões, colocando os móveis em segundo plano para o consumidor. Enquanto a linha branca teve momentos de aquecimento nas vendas de até 25%, o comércio de móveis caiu até 10% mensais entre maio e outubro, auge da crise no setor. Além de informar ao governo sobre os reajustes, a Abimóvel pedirá nos próximos dias que o Imposto de Importação das chapas seja reduzido. A idéia é abrir o mercado para pressionar preços mais competitivos.

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