O repressor uruguaio Manuel Cordero, que atuou no âmbito da Operação Condor, foi preso pela Polícia Federal em Santana do Livramento (RS), submetido a exames médicos, e nesta quarta-feira será conduzido por agentes do Polinter até Uruguaiana, onde será entregue para agentes da Polícia Federal argentina, e conduzido a Buenos Aires, para responder a processo judicial por sua atuação na Operação Condor, especialmente no centro de detenção, torturas e assassinatos chamado Automores Orletti. Ele era coronel do exército uruguaio, e atuou na repressão de maneira clandestina e ilegal na Argentina, tendo participado do sequestro da nora do poeta argentino Juan Gelman, que teve uma filha em prisão uruguaia, e depois do parto foi executada. A decisão relativa a extradição foi dada pelo Supremo Tribunal Federal na semana passada. Detido no Brasil em 2007, Manuel Cordero apresentou um recurso para interromper o processo de extradição por entender que deveria ser beneficiado pela Lei de Anistia brasileira, de 1979. O Supremo aprovou em agosto a extradição do militar repressor uruguaio para a Argentina, onde é acusado do desaparecimento de dez pessoas, o sequestro de um bebê e de 32 casos de tortura contra detidos em 1976 em prisão clandestina.
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