sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Uruguai senta no banco dos réus na Corte Interamericana

A Comissão Interamericana de Direitos Humanos notificou as vítimas de sua decisão de enviar à Corte Interamericana de Direitos Humanos o caso aberto contra o Uruguai pelo desaparecimento forçado de Maria Claudia Garcia Irureta Goyena de Gelman. Pouco mais de um ano do prazo concedido ao Uruguai para o cumprimento das recomendações emitidas pela Comissão Interamericana, e diante do não cumprimento das recomendações pelo governo uruguaio, o caso foi enviado para a Corte, que decidirá finalmente sobre as violaciones da Convenção Americana Sobre Direitos Humanos nas quais incorreu o Uruguai no caso Gelman. María Claudia García Irureta Goyena e Marcelo Gelman foram sequestrados por homens armados no dia 24 de agosto de 1976, em sua casa em Buenos Aires, Argentina. Ella tinha 19 anos e estava grávida de sete meses. Foi levada por militares uruguaios para Montevidéu, onde deu a luz uma menina no dia 1º de novembro de 1976. Os militares que a sequestraram e a mantiveram presa em um país estrangeiro, permitiram que ela ficasse com o nenê por dois meses, até dezembro, quando a separaram do bebê e a assassinaram. O nenê apareceu dentro de uma cesta na porta da casa de um policial uruguaio, no dia 7 de janeiro de 1977, e foi batizada como María Macarena. Marcelo Gelman sufreu torturas em uma centro clandestino de repressão, o famigerado Automotores Orletti, em Buenos Aires, onde permaneceu até outubro de 1976. Seu cadável apareceu em 1089, sepultado em uma tumba sem identificação, em um cemitério de Buenos Aires, junto a outros sete cadáveres. O pai de Marcelo, o escritor argentino Juan Gelman, nunca deixou de procurar sua neta e a encontro 23 anos mais tarde, após incansáveis gestões no Uruguai.

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