segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Deputado do PT será relator de impeachment de Arruda

O relator do processo de impeachment do governador licenciado do Distrito Federal, José Roberto Arruda (sem partido), na Câmara Legislativa, será um deputado da oposição: Chico Leite, do PT. O petista foi eleito nesta segunda-feira, por unanimidade, pela Comissão Especial que analisa o pedido de cassação do mandato do governador eleito. O presidente da Comissão Especial será o deputado Cristiano Araujo (PTB), da base aliada. Os deputados distritais governistas, que até pouco tempo não poupavam esforços para defender Arruda, agora começam a abandonar a base aliada. O governador licenciado está preso desde o último dia 11 na superintendência da Polícia Federal acusado de obstruir as investigações sobre o esquema de corrupção e distribuição de propina do qual ele estaria à frente. Maioria na Câmara Legislativa, a base aliada permitiu a eleição de Chico Leite porque o entendimento é de que o impeachment de Arruda está se tornando inevitável. Deixando a responsabilidade de elaborar um parecer favorável ao prosseguimento do processo para um petista, os deputados da base aliada evitam o desgaste de contribuir com a derrocada de um governador que antes defendiam. Leite terá prazo de dez dias para apresentar um parecer que pedirá o prosseguimento do processo, ou o arquivamento dele. Quanto ao processo de impeachment do governador em exercício, Paulo Octávio (DEM), o tratamento dado pelos parlamentares da base aliada começa a tornar contornos diferentes. Na semana passada, após Paulo Octávio ter desistido de renunciar ao governo, a Câmara Legislativa convocou reunião de emergência e abriu o processo de impeachment dele. O objetivo era mostrar disposição em investigar também o vice-governador, que até então vinha sendo poupado. Paulo Octávio também é citado como um dos beneficiários do esquema. Ao longo do final de semana, os deputados governistas se encontraram com Paulo Octávio e voltaram aos trabalhos nesta segunda-feira com uma estratégia diferente. Querem atrasar a análise do impeachment do governador em exercício e dar sobrevida a ele. Para isto, a escolha do relator do processo contra Paulo Octávio foi adiada para quinta-feira. A estratégia é poupar Paulo Octávio pelo menos até a análise, pelo Supremo Tribunal Federal (STF), do pedido de habeas-corpus de José Roberto Arruda.

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