sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Dinheiro público financiará 94% dos estádios da Copa-2014

A Copa de 2014, que Ricardo Teixeira, o presidente da CBF, dizia que seria o Mundial da "iniciativa privada", terá 94% dos R$ 5,342 bilhões para a reforma e a construção de estádios bancados pelos cofres públicos. A conta foi formalizada pelo Ministério do Esporte, que divulgou documento que detalha as responsabilidades dos gastos do Mundial e especifica quanto custará cada um dos 12 estádios da Copa e quem irá pagá-los. O contrato mostra que R$ 3,427 bilhões para as obras nas arenas serão bancados com dinheiro do BNDES. O governo federal argumenta que o banco estatal de fomento fará empréstimos em condições de mercado, o que não configuraria uso de verba pública. Mas, desse montante, só R$ 175 milhões devem ser tomados por entidades privadas (R$ 25 milhões pelo Atlético-PR e R$ 150 milhões pelo São Paulo). O resto, ou quase tudo, será levantado pelos governos estaduais, que falharam na tentativa de angariar parceiros privados para as obras. Além do dinheiro do BNDES, os Estados ainda prevêem investir, com recursos próprios, quase R$ 1,6 bilhão nas arenas. O governo de Brasília, por exemplo, promete bancar com dinheiro do seu orçamento R$ 345 milhões dos R$ 745 milhões que vai custar o novo Mané Garrincha, o mais caro de todos os estádios do Mundial. Em 2007, quando o País ganhou o direito de abrigar a Copa pela segunda vez, a CBF, a responsável pela candidatura brasileira na Fifa, estimava que o País gastaria pouco menos de R$ 2 bilhões com estádios. Ou seja: a estimativa atual já é 167% maior do que a original. O fato de os cofres públicos assumirem quase toda a conta dos estádios vai na contramão do que Ricardo Teixeira discursava até ano passado.

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