sábado, 20 de fevereiro de 2010

Sociólogo Bolivar Lamounier descreve a nova Classe C

Em entrevista para a revista Veja, o sociólogo Bolívar Lamounier disse que a classe C já detém a maior fatia da renda nacional. Diz ele: "Essa evolução evidencia o amadurecimento social e econômico do Brasil, que experimenta transformações benéficas semelhantes àque-las ocorridas em maior escala na China e na Índia". Em "A Classe Média Brasileira - Ambições, Valores e Projetos de Sociedade" (Editora Campus/Elsevier; 192 páginas; 49 reais), que acaba de chegar às livrarias, os sociólogos Bolívar Lamounier e Amaury de Souza analisam essa transformação e buscam entender qual o significado político desse fenômeno. Dizem eles: "Essa classe média emergente se encorpou durante o atual governo. Isso não a torna eleitorado cativo do PT? Não, de jeito nenhum. A classe C não é fruto do atual governo. Sua origem pode ser creditada à globalização, que começou a ganhar força há duas décadas. Tomamos conhecimento do mundo, e nossa relação comercial com outros países se fortaleceu. Isso só foi possível, evidentemente, porque nossa economia estava estabilizada e nossa moeda era respeitada. Fernando Henrique se elegeu por causa do real, mas Lula ganhou a eleição ao se comprometer a preservar a estabilidade. Por essa razão, não acredito que a classe C tenha fidelidade partidária. Estamos falando de milhões de pessoas, que se inclinam na direção que lhes for mais conveniente em determinado momento. É um conjunto social que disputa no mercado, diariamente, a sua sobrevivência. Por isso, se um governo a prejudicar de alguma maneira, não terá o seu apoio, independentemente de sua coloração política. O processo democrático e a alternância de poder existem justamente para dar conta dessas mudanças. Acho um equívoco imaginar que os brasileiros emergentes sejam favas contadas pró-governo nas próximas eleições".

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