domingo, 21 de fevereiro de 2010

Supremo cobra de Lula explicação do silêncio há três meses sobre Mensalão Petista

Há mais de três meses o Supremo Tribunal Federal aguarda respostas do presidente da República, o bolivariano Lula, a perguntas sobre o conhecimento dele dos fatos apontados na ação penal do Mensalão e sua relação com os réus no processo. As questões foram elaboradas pelo Ministério Público Federal, que é o autor do processo em andamento no Supremo sobre a compra de apoio de partidos e políticos pelo PT entre 2002 e 2005. Lula, que não é um dos réus na ação penal, foi indicado como testemunha de defesa por dois dos acusados no processo, os ex-deputados federais Roberto Jefferson e José Janene. Suas respostas serão o primeiro depoimento formal do presidente sobre o caso. Em novembro de 2009, Lula negou a existência do mensalão. "Foi uma tentativa de golpe no governo. Foi a maior armação já feita contra o governo", disse ele em entrevista ao programa "É Notícia", da Rede TV! Agora, a defesa de Roberto Jefferson, o denunciante do esquema petista corruptor do Mensalão, comandada pelo advogado gaúcho Luiz Francisco Correa Barbosa, deixou de apresentar perguntas a Lula como "testemunha" porque considera que ele não pode se incriminar, já que existe um recurso de Barbosa, apresentado no Supremo Tribunal Federal, pedindo a inclusão de Lula no rol dos réus, que não é apreciado pelo ministro Joaquim Barbosa há cerca de três anos, e que impede de subir à apreciação do Pleno do Supremo. Nos interrogatórios de testemunhas do processo do Mensalão, duas delas, o ex-ministro da Justiça, Marcio Thomaz Bastos, e o ex-ministro das Relações Institucionais, o comunista Aldo Rebelo, reconheceram explicitamente que o presidente bolivariano Lula tinha conhecimento do esquema do Mensalão, foi informado a respeito dele, e deixou de tomar as medidas necessárias de investigação, como era obrigação constitucional de dele, o que representa crime de responsabilidade da mais alta autoridade da República. A coisa não é tão simples como parece. Mas, na solenidade de posse da nova direção do PT, o bravateiro Lula fez um ato de desagravo ao partido que fundou há 30 anos. Ao abordar a crise do Mensalão, que dizimou o governo e a cúpula petista, em 2005, Lula disse que a legenda não tem medo de turbulência. "Errar é humano", afirmou o presidente, para em seguida mirar no PSDB: "Aqueles que queriam acabar com a nossa raça estão acabando e nós nem dissemos que íamos acabar com a raça deles". O presidente afirmou que compreende o ódio destilado contra o PT por parte dos adversários: "A gente tinha medo de ser abocanhado, mas o máximo que conseguiram foi tirar um pedaço do dedo". Em Três Lagoas (MS), na sexta-feira, ele disse que é "lógico" que vai responder aos 33 tópicos com questões sobre o conhecimento dele dos fatos apontados na ação penal do Mensalão e sua relação com os réus no processo, que tramita no Supremo Tribunal Federal. "Lógico, lógico. Isso é a Advocacia-Geral da União que recebe, que é o meu advogado. Quando ele preparar, estará a resposta lá. É a contribuição que queremos dar para o processo". Lula não disse quando pretende devolver o questionário, mas já afirmou que pretende se ater ao Mensalão somente após deixar o Planalto. O Supremo diz que, embora Lula não tenha prazo para devolver o questionário, ele não pode agir de forma a obstruir a Justiça, algo que o torna suscetível a um processo.

Nenhum comentário: