quarta-feira, 24 de março de 2010

Forças Armadas da Bolívia adotam lema revolucionário cubano

As Forças Armadas da Bolívia passaram a adotar, a partir desta terça-feira, um lema socialista e novos símbolos nacionalistas em seus uniformes, após uma instrução do presidente trotskista Evo Morales. No início do mês, Morales causou polêmica ao ordenar o uso do lema "pátria ou morte, venceremos", seguido da tradicional frase "subordinação e constância, viva Bolívia". "Este lema será de cumprimento obrigatório em todas as forças da instituição militar", disse o comandante-chefe das Forças Armadas, o general Ramiro de la Fuente. Além do novo lema, Evo Morales ainda instruiu a adoção da bandeira dos indígenas, conhecida como "la wipahala" nos uniformes dos militares, como o a nova bandeira de guerra das tropas bolivianas. Segundo o presidente, as novas medidas são justificadas porque as Forças Armadas devem mudar sua doutrina. Evo Morales argumenta que os novos inimigos dos militares devem ser os separatistas e os imperalistas, e não os movimentos sociais e indígenas. A decisão dos militares de aceitarem as instruções do presidente Morales foi duramente criticada por alguns ex-comandantes e pela oposição, que qualificam a medida como uma submissão e humilhação das Forças Armadas perante o poder político. Mas, a principal crítica se refere ao fato de que o lema "pátria ou morte, venceremos" foi levado à Bolívia pelo terrorista Ernesto Che Guevara e popularizado no mundo pelo ex-ditador cubano Fidel Castro. O general Alvin Anaya, ex-comandante chefe das Forças Armadas, disse à BBC que "a imposição desse lema significa o desrespeito às mortes de nossos heróis que defenderam o país e a democracia de uma invasão estrangeira", em referência ao conflito entre o movimento armado do terrorista Guevara, derrotado pelas forças militares bolivianas em 1967.

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