quarta-feira, 3 de março de 2010

Jobim nega que Aeronáutica tenha ocultado documentos sigilosos da ditadura

O ministro da Defesa, Nelson Jobim, negou nesta terça-feira que a Aeronáutica tenha ocultado documentos sigilosos do período da ditadura militar (1964-1985), encaminhados este ano para o Arquivo Nacional. Jobim disse que o Comando da Aeronáutica informou ao Ministério da Defesa, em 2006, sobre a existência dos documentos, mas que a informação passou despercebida pelo comando da pasta. Jobim disse que o ministério, em 2006, recebeu das Forças Armadas um relatório detalhando como ocorreu a incineração de documentos do período da ditadura. Exército e Marinha informaram que todos os documentos haviam sido destruídos, enquanto a Aeronáutica revelou possuir 50 mil documentos do período do regime militar. Ao assumir a pasta, em 2008, Jobim disse que foi questionado pela Procuradoria Militar da República sobre as investigações sobre a destruição dos documentos, já que em 2006 o órgão havia sido informado sobre as investigações. O ministro disse que não havia percebido, nessa época, que a Aeronáutica tinha documentos em mãos porque concentrou sua análise no trecho do relatório em que a FAB detalha a destruição de documentos do período da ditadura. Jobim disse que só se deu conta dos documentos ao ser questionado pela Procuradoria, no ano passado. Mais de 50 mil documentos de 1964 a 1985 foram enviadas ao Arquivo Nacional. Há fichas pessoais, relatórios de monitoramento, instruções a militares e papéis da guerrilha do Araguaia.

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