segunda-feira, 15 de março de 2010

Juiz negou bloqueio da Bancoop por falta de embasamento técnico

O juiz que negou o bloqueio das contas da Bancoop (Cooperativa Habitacional dos Bancários de São Paulo) e adiou a decisão sobre a quebra do sigilo bancário e fiscal do tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, afirmou em seu despacho que não há embasamento técnico em parte do pedido feito pelo Ministério Público de São Paulo. "Não há na manifestação do Ministério Público a indicação clara e precisa dos elementos de prova dos autos que sustentam tal narrativa, bem como os pedidos formulados", escreveu o juiz Carlos Eduardo Lora Franco, do Dipo (Departamento de Inquéritos Policiais e Corregedoria da Polícia Judiciária de São Paulo). Segundo Franco, não é possível desconsiderar o fato de o caso envolvendo Vaccari Neto ter voltado à tona a apenas sete meses das eleições. "Tal contexto, porém, apenas reforça ainda mais a necessidade de cautela e rigor no exame dos requerimentos formulados, justamente para que tal atmosfera política não venha a contaminar a presente investigação ou, noutro sentido, que esta não venha a ser utilizada por terceiros para manipulação da opinião pública por propósitos políticos", diz. Essa atitude do juiz é muito mais duvidosa do que a iniciativa do promotor que ele questiona. O promotor criminal José Carlos Blat, autor do inquérito do caso, afirma que Vaccari e outros dirigentes da cooperativa foram responsáveis pelo desvio de mais de R$ 100 milhões da entidade e que parte do dinheiro foi utilizada para financiar campanhas políticas do PT, especialmente a de Lula, em 2002.

Nenhum comentário: