quinta-feira, 18 de março de 2010

Ossadas que podem ser da guerrilha do Araguaia são encontradas no Pará

Restos humanos que podem ser de um guerrilheiro do Araguaia foram encontrados nesta semana na região conhecida como Tabocão, no Brejo Grande do Araguaia, a 90 quilômetros de Marabá (PA). A descoberta da ossada foi feita por parentes do terrorista Antônio Teodoro de Castro (que usava o codinome Raul na guerrilha do PCdoB) após um informante, que prefere não se identificar, indicar vários locais onde poderiam estar sepultados os terroristas comunistas. Com base nas informações, os parentes iniciaram as buscas em um dos pontos no último sábado. Durante as escavações foram encontrados restos humanos, pedaços de crânio e dentes. Os familiares entraram em contato com o Ministério Público Federal, que solicitou o apoio da Polícia Federal, do Instituto de Perícias Científicas do Pará e do Instituto Médico Legal de Marabá. Uma equipe de especialistas se deslocou para Brejo Grande na terça-feira. Todo o material recolhido foi encaminhado ao Instituto Médico Legal em Marabá, onde será analisado. Segundo o informante da família, o local que foi escavado poderia conter os restos dos terroristas Pedro Carretel (Carretel), Rodolfo de Carvalho Troiano (Manoel do A), Gilberto Olímpio Maria (Pedro) ou Maurício Grabois (Mário). O Tabocão sempre foi apontado como possível área de enterros de terroristas mortos durante os combates da década de 70 e chegou a ser escavado em outubro do ano passado pelo Grupo de Trabalho Tocantins, formado pelo Ministério da Defesa para procurar as ossadas desaparecidas, sem que tenham sido encontrados restos. A Guerrilha do Araguaia foi um movimento do PCdoB que atuou entre fins da década de 60, enquanto ainda havia possibilidades amplas de combate à ditadura militar no âmbito institucional, e meados de 70, e pretendia derrubar o governo militar a partir da criação de uma base rural para a implantação de uma ditadura comunista. O grupo era composto por cerca de 80 terroristas, dos quais menos de 20 sobreviveram após os combates com o Exército.

Nenhum comentário: