quinta-feira, 11 de março de 2010

Resistência opositora a nova chefia do Banco Central mantém tensão na Argentina

A presidente do Banco Central da Argentina, Mercedes Marcó del Pont, não conseguiu convencer nesta quarta-feira a oposição no Senado a apoiar sua designação ao cargo, o que contribuiu para a tensão política gerada pelo uso de reservas no pagamento de dívidas. A economista, que assumiu o Banco Central em 4 de fevereiro por decisão da presidente argentina, Cristina Kirchner, se apresentou perante a Comissão de Acordos do Senado, controlada por opositores. "Gostaria de ter esta reunião quando se analisava pontualmente minha folha de nomeação", disse a ex-presidente do estatal Banco Nación. "Sei que há uma sentença em contrário e que muitos membros da oposição já anteciparam seu voto contra, mas me parece que realmente está de acordo com a qualidade institucional a possibilidade de que eu explique quem sou, de onde venho", acrescentou. A Comissão de Acordos se reuniu na quarta-feira passada para analisar a nomeação de Mercedes e a convocou a comparecer nesse mesmo dia, poucas horas antes, mas a economista se recusou alegando problemas de agenda. Em resposta, a comissão, com a ausência do governo, recomendou ao plenário da câmara alta, de maioria não governista, a rejeitar sua designação. A decisão da oposição foi duramente criticada pelo governo peronista populista, que alegou que a comissão não pode emitir uma sentença sem ouvir a presidente do Banco Central. Finalmente, o grupo opositor aceitou ouvi-la hoje, embora não tenha recuado na sentença contra a sua designação, que contém fortes críticas pela transferência de reservas monetárias do Banco Central ao Tesouro para o pagamento de dívidas soberanas.

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