sábado, 17 de abril de 2010

Comissão de Valores dos Estados Unidos acusa Goldman Sachs de fraude

A Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos acusou formalmente o banco Goldman Sachs de fraude, ao constatar que a instituição se aproveitou da derrubada do mercado hipotecário. Após o processo apresentado em um tribunal civil de Nova York, o primeiro deste tipo da autoridade reguladora contra a entidade e um de seus vice-presidentes, Fabrice Tourre, as ações da Goldman Sachs chegaram a cair em Wall Street cerca de 10%. A entidade é acusada de ter frustrado os investidores com a "distorção e a omissão de informações-chave" sobre um produto financeiro vinculado às hipotecas de alto risco, os chamados "subprime". O Goldman Sachs criou e vendeu este produto, conhecido como CDO, em um momento em que o setor imobiliário estava começando a ruir. O CDO era um produto cuja rentabilidade estava vinculada diretamente à evolução do mercado das hipotecas "subprime". Segundo a SEC, o Goldman Sachs "falhou" ao não divulgar aos investidores informações vitais sobre o CDO e, concretamente, sobre o papel de um grande fundo de investimento na trama. O fundo de investimento Paulson & Co foi contratado para estruturar este produto e, portanto, selecionava quais investimentos deveriam ser realizados, de acordo com a SEC (Securities Exchance Comission). Por outro lado, investia apostando contra a evolução do mercado hipotecário em curto prazo. "O produto poderia ser muito novo e complexo, mas o engano e o conflito de interesses era velho e simples", assegurou o diretor da Divisão de Investigação da SEC, Robert Khuzami. "De maneira incorreta, o Goldman Sachs permitiu que um cliente que estava apostando contra a evolução do mercado hipotecário tivesse uma grande influência na seleção dos ativos hipotecários que deviam ser incluídos na bolsa do produto", disse Khuzami. Segundo ele, o banco fez isso "enquanto dizia aos investidores que a seleção estava sendo feito por uma terceira parte objetiva e independente". De acordo com a SEC, o Paulson & Co, considerado um dos maiores fundos especulativos do mundo, pagou US$ 15 milhões ao Goldman Sachs para poder "tomar posições contra os ativos que ele mesmo tinha selecionado, com a crença de que estes ativos, como realmente ocorreu, teriam problemas".

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