domingo, 4 de abril de 2010

Fernando Henrique Cardoso diz que Dilma Rousseff é adepta do modelo comunista chinês

Pela terceira vez consecutiva, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso utilizou o seu artigo mensal que publica em vários jornais do País para atacar Lula, o PT e a candidata oficial Dilma Rousseff. No texto publicado neste domingo, Fernando Henrique Cardoso anota que, por trás dos dois candidatos que polarizam a sucessão (José Serra e Dilma Rousseff) “há um embate maior”. Ele diz que “está em jogo a própria concepção do que seja democracia”. Ele aponta maus presságios nos movimentos de Lula. Escreve que, tomado pelos “últimos 18 meses”, o governo Lula conduz o País a “um modelo de sociedade” deletério: “Predominância de uma forma de capitalismo na qual governo e algumas grandes corporações, especialmente públicas, unem-se sob a tutela de uma burocracia permeada por interesses corporativos e partidários”. Anota que o programa concebido pelo PT para embalar a candidatura de Dilma Rousseff “se descola da tradição democrática brasileira, para dizer o mínimo”. E acrescenta: “Cada vez mais nos aproximamos de uma forma de organização política inspirada em um capitalismo com forte influência burocrática e predomínio de um partido. Tudo sob uma liderança habilidosa de Lula, que ajeita interesses contraditórios e camufla a reorganização política que se está esboçando”. À medida que se aproximam as eleições, diz Fernando Henrique Cardoso, “as alianças são feitas sem preocupação com a coerência político-ideológica, o que conta é ganhar as eleições”. Depois, na eventualidade de um triunfo nas urnas, “a força do Executivo se encarregará de diluir eventuais resistências de governadores e parlamentares”. Para Fernando Henrique Cardoso, o processo concebido por Lula, tocado pelo PT e encarnado por Dilma Rousseff, prevê a conversão de aliados em “vassalos”. “Mais recentemente”, escreveu Fernando Henrique Cardoso, “tem surgido a dúvida”. Ele reproduz a interrogação: “Será que a candidata petista, sem ser Lula, terá força para arbitrar entre os interesses do partido, os dos aliados e os da sociedade?” O ex-presideente, que no mês passado chamara Dilma Rousseff de “boneca de ventríloquo”, responde: “Não sei avaliar. O resultado será o mesmo: pouco a pouco, o pensamento único, agora sim, esmagará os anseios dos que sustentam uma visão aberta da sociedade. Serão esmagados os que se opõem ao capitalismo de Estado controlado por forças partidárias quase únicas infiltradas na burocracia do Estado”. Fernando Henrique Cardoso compara o projeto econômico que supõe esconder-se atrás de Dilma Rousseff ao modelo adotado pela China, uma combinação de abertura econômica e ditadura política. Ele continuya: "Há quem acredite que certo autoritarismo burocrático com poder econômico-financeiro pode favorecer o crescimento econômico. A China está aí para demonstrar que isso é possível. Mas é isso o que queremos para nós?”

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