terça-feira, 13 de abril de 2010

José Serra garante, "ajudei a erguer a mesa, não vou derrubá-la"

O pré-candidato do PSDB à Presidência da República, José Serra, afirmou nesta segunda-feira que, se eleito, promoverá um ajuste fiscal nas contas do País a partir do corte de gastos do governo federal. Crítico das taxas de juros praticadas no Brasil, José Serra disse que qualquer mudança na política econômica será feita com "muita responsabilidade". "Eu ajudei a erguer a mesa. Não vou derrubá-la", disse ele, referindo-se à sua participação na área econômica do governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB). Serra disse acompanhar com atenção os gastos federais: "Tenho certeza que, chegando lá, vamos fazer um diagnóstico e arrumar a questão fiscal, arrumar a casa do ponto de vista das contas. Os juros são muito altos, o câmbio não é bom. As mudanças aí têm de ser responsáveis, bem-feitas, pontuais, pensando sempre na questão fiscal, do déficit do governo. Quanto maior é o déficit, mais ele ajuda os juros a serem altos". José Serra disse ter experiência em reorganizar finanças públicas, pois fez isso como secretário da gestão de Franco Montoro, em São Paulo, e como prefeito da capital paulista. Para José Serra, "uma das coisas boas" da gestão de Lula foi ter mantido a política econômica do governo de Fernando Henrique Cardoso. "Quem fez câmbio flutuante, responsabilidade fiscal e metas de inflação foi o governo passado. O governo Lula herdou do governo Fernando Henrique. Herdou e manteve", disse José Serra. "Nos primeiros anos, a política econômico-financeira do governo Lula foi a do governo anterior. Fez bem", acrescentou Serra. Ele disse não planejar a privatização de empresas estatais em seu governo e cutucou Lula: "Quem era contra a privatização teve oito anos para mudar tudo. Ninguém mudou nada". Para Serra, "o que tinha de ser privatizado, já foi", como siderurgia, petroquímica e telecomunicações. Ele afirmou ainda que não pretende privatizar o Banco do Brasil, a Caixa ou o BNDES, mas fortalecê-los, para usá-los como "instrumentos de política econômica". José Serra afirmou:"É impossível fazer política de crédito agrícola sem o Banco do Brasil, ou política habitacional sem a Caixa Ecômica Federal". José Serra criticou a estrutura aeroportuária e colocou a questão como um gargalo para o desenvolvimento do País. Ele citou como situação crítica dos aeroportos de Viracopos (SP), Cumbica (SP) e Confins (MG) e classificou a Infraero como "não eficiente". Mas, ele garantiu que, eleito, não privatizará a empresa, mas apostará em concessões de aeroportos.

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