sábado, 24 de abril de 2010

Manifestações a favor do juiz Garzón levam milhares às ruas em Madri

Milhares de pessoas participaram de uma manifestação, na tarde deste sábado, em Madri, a favor do juiz Baltasar Garzón e pela investigação dos desaparecimentos durante o franquismo, em um dia marcado por mobilizações em apoio ao magistrado espanhol em várias cidades espanholas, européias e latino-americanas. "Contra a impunidade do franquismo, em solidariedade às vítimas", dizia um cartaz atrás do qual marcharam, no centro de Madri, milhares de pessoas, lideradas por atores e escritores como José Sacristán, Pilar Bardem e o hispano-argentino Juan Diego Botto. Ao fim da marcha, convocada pela Plataforma contra a Impunidade do Franquismo, o cineasta Pedro Almodóvar leu um manifesto na Praça do Sol, centro da capital espanhola. "Verdade, justiça e reparação", "Espanha ao contrário", "Mais juízes como Garzón" foram alguns dos lemas exibidos pelos manifestantes, que marcharam com bandeiras republicanas. Ao mesmo tempo, a Falange Espanhola, partido que denunciou Garzón por considerar que investigou os desaparecimentos sem ter competência para tal, convocou uma concentração também em Madri. Garzón investigou brevemente em 2008 o destino de cerca de 114 mil desaparecidos durante a Guerra Civil (1936-1939) e os primeiros anos do franquismo (1939-1975), alegando que o crime de desaparecimento forçado não prescreve. Esta foi a primeira investigação dos fatos na Espanha. A Procuradoria se posicionou contra as investigações por considerar que os crimes entravam na lei de anistia de 1977, aprovada depois da morte do general Francisco Franco e no início da transição democrática espanhola, e o juiz abandonou a investigação.

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