sexta-feira, 2 de abril de 2010

Novo escândalo em Brasília chega perto do PT e do PCdoB

A Polícia Civil do Distrito Federal deflagrou na quinta-feria uma operação com potencial para desarrumar ainda mais o já complicado tabuleiro político de Brasília. A Operação Shaolin, que levou à prisão cinco pessoas, teve como alvo duas organizações não-governamentais que receberam R$ 2,9 milhões do Programa Segundo Tempo, do Ministério dos Esportes. Até 2006, a pasta era comandada por Agnelo Queiroz, pré-candidato do PT ao governo do Distrito Federal. Dirigente das duas ONGs investigadas, o policial militar João Dias Ferreira, um dos presos, foi candidato a deputado em 2006 pelo PCdoB, partido ao qual Agnelo era filiado à época. Um dos delegados encarregados do caso, Giancarlos Zuliani, admitiu que investiga a suspeita de que o esquema tenha servido para financiar campanhas eleitorais. Com a operação deflagrada a Polícia Civil afirma ter descoberto fortes indícios da existência de uma rede de ONGs, quase todas com ligações partidárias, criadas para desviar dinheiro de convênios com o governo federal. Contratos de pelo menos quatro dessas entidades já foram mapeados pelos investigadores. Uma delas possui convênio também com o Ministério da Ciência e Tecnologia. Do valor repassado pelo Ministério às ONGs, a Polícia Civil diz ter detectado o desvio de R$ 1,9 milhão. O delegado Giancarlos Zuliani disse que a investigação começou em julho de 2008, após ação de busca e apreensão em uma empresa de Brasília investigada exatamente por vender notas fiscais frias a entidades não-governamentais. Na operação foram presos ainda um assessor e um “laranja” do policial João Dias, o administrador de suas ONGs e o responsável pela empresa que fornecia as notas frias incluídas na prestação de contas apresentada ao Ministério dos Esportes. Bens de João Dias, dentre eles um carro de luxo, a casa e uma das academias supostamente construídas com o dinheiro desviado, foram sequestrados por ordem judicial.

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