terça-feira, 27 de abril de 2010

PT e PSDB entram em acordo e CPI da Bancoop aprova 27 requerimentos

Depois de um acordo entre os deputados estaduais do PT e do PSDB de São Paulo, a CPI da Bancoop (Cooperativa Habitacional dos Bancários de São Paulo) da Assembléia Legislativa de São Paulo aprovou 27 requerimentos dos 35 apresentados nesta terça-feira. O acordo informal incluiu o adiamento da convocação do tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, e do promotor José Carlos Blat, do Ministério Público de São Paulo. Ficou combinado que a comissão irá primeiro ouvir os cooperados e os diretores da cooperativa para depois tomar o depoimento dos acusados. A CPI quer investigar os desvios de dinheiro feitos na Bancoop para financiar campanhas do PT, inclusive a de Lula para a Presidência da República. As investigações da comissão estavam paralisadas depois de impasse entre os deputados da oposição e da base governista sobre a convocação de Vaccari. Na próxima terça-feira, os primeiros depoimentos devem ser tomados. O principal depoimento aprovado é do corretor de câmbio Lúcio Bolonha Funaro, que ao falar para o Ministério Público Federal, sob o benefício do mecanismo da delação premiada, acusou Vaccari de desviar recursos da Bancoop para o Mensalão do PT. Este Mensalão do PT é alvo da ação penal nº 470, no Supremo Tribunal Federal. O advogado de Roberto Jefferson, Luiz Francisco Correa Barbosa, já peticionou na Ação Penal 470 do Mensalão do PT para que este depoimento de Lucio Funaro seja levado para dentro do processo. Mas, o ministro Joaquim Barbosa, relator do processo, que é apaixonado pelas vozes roucas das ruas, ainda não despachou o pedido. A CPI paulista da Bancoop também convocou o "aloprado" Freud Godoy, ex-assessor da Presidência da República, na verdade, segurança de Lula, e membro da equipe de espionagem da segunda campanha presidencial de Lula, envolvido no episódio da compra de dossiê fajuto dos mentores do esquema Sanguessuga, que deveria ser usado contra os candidatos do PSDB, José Serra e Geraldo Alckmin (respectivamente, ao governo do Estado de São Paulo e à Presidência da República). Ainda foram convocados o escritor e cooperado Ignácio de Loyola Brandão, os ex-funcionários da cooperativa Hélio Malheiro e Andy Roberto Gurczynska, e o engenheiro Ricardo Luiz do Carmo. Além deles, Ricardo Secco, pai da atriz Deborah Secco, também foi convocado. O deputado Waldir Agnello (PTB), justificou o requerimento por suposta participação dele no esquema que envolve o ex-governador Anthony Garotinho (PR), segundo o Ministério Público do Rio de Janeiro. O requerimento para convocar a atriz foi adiado. Entre os requerimentos aprovados também há pedidos de documentos contábeis da Bancoop e da investigação feita pelo Ministério Público. O presidente da CPI, deputado estadual Samuel Moreira (PSDB), afirma: "Esperamos ouvir esses depoimentos até o fim de junho e avançar no segundo semestre para finalizar os trabalhos".

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