sábado, 3 de abril de 2010

Siderúrgicas querem investigação no mercado de minério de ferro

O setor siderúrgico acredita que a imposição de contratos para a comercialização do minério de ferro terá um impacto negativo sobre a recuperação econômica global, e que as autoridades do mundo todo deveriam examinar esse mercado, disse uma entidade setorial na quinta-feira. "Há agora uma urgente necessidade de que as autoridades de proteção da competição no mundo inteiro examinem o mercado do minério de ferro, e o comportamento no mercado das três companhias que dominam o negócio", disse Ian Christmas, diretor-geral da Associação Mundial do Aço, referindo-se às mineradoras Vale e às anglo-australianas Rio Tinto e BHP Billiton. A Eurofer e a Acea (entidades européias que reúnem siderúrgicas e indústrias automobilísticas) haviam pressionado na quarta-feira as agências reguladoras da União Européia a evitarem a concorrência desleal e a cobrança de "preços abusivos" no minério de ferro. A Associação Mundial do Aço representa aproximadamente 180 siderúrgicas do mundo, responsáveis por 85% da produção mundial. As três grandes mineradoras praticamente ditam os preços do minério de ferro, um mercado de US$ 80 bilhões anuais. Agora elas querem abandonar o sistema de negociações anuais de preços, em vigor há décadas, pelo trimestral. As siderúrgicas argumentam que o contrato anual dá estabilidade ao mercado. As mineradoras se queixam dos prejuízos que sofrem quando o preço no mercado à vista dispara em relação ao valor pré-fixado, como ocorreu no ano passado. Segundo a Associação Mundial do Aço, o trio controla 68,5% do mercado total do minério de ferro embarcado por via marítima. A BHP e a Vale já fecharam acordos provisórios com siderúrgicas japonesas para vender o minério, matéria-prima essencial do aço, sob contratos trimestrais.

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