quarta-feira, 19 de maio de 2010

Dilma Rousseff censura video dos prefeitos em Brasília

Um vídeo que descreve o périplo de um prefeito pelos gabinetes de Brasília em busca de verbas para seu município causou polêmica durante a participação dos presidenciáveis, na manhã desta quarta-feira, na Marcha dos Prefeitos, em Brasília. Durante sua exposição, José Serra (PSDB) se referiu mais de uma vez à produção (”Cadê o vídeo?”) e disse que gostaria de assisti-lo. Pessoas envolvidas na organização do evento explicaram que não havia como atender o pedido do tucano naquele momento. De acordo com apoiadores que acompanhavam Serra, a não exibição do vídeo foi uma exigência de Dilma Rousseff (PT) para comparecer, pois a peça teria sido considerada crítica das ações do governo Lula. Conforme apurações de jornalistas, houve uma negociação entre a Confederação Nacional dos Municípios, organizadora da marcha, e assessores da candidata petista, ao fim da qual ficou definido que o vídeo não seria exibido. A negociação teria envolvido também assesores dos demais candidatos. Com o título “O calvário dos prefeitos para conseguir recursos - “A história do pires na mão”, o vídeo é feito em formato de história em quadrinhos e narrado por um locutor. Conta a história da peregrinação de um prefeito que recebe “inúmeros pedidos da população”. O prefeito, então, liga para um parlamentar, que se compromete a encaminhar uma emenda para a liberação de recursos. Logo começa a peregrinação do prefeito a Brasília, para onde, segundo o vídeo, ele tem que ir “uma, duas, três vezes”. A seguir, ele vai à Caixa Econômica Federal buscar informações sobre documentação, que ele providencia. Na história, a primeira parcela da emenda não é liberada. O prefeito descobre que deve assinar um documento afirmando desistir de uma dívida que na prática não existe. Por diversos problemas com a burocracia estatal, o prefeito é obrigado a pagar com recursos do próprio município a dívida com a empreiteira que realizou a obra. Resultado: o vídeo mostra o prefeito sendo algemado e preso, colocado na parte traseira de um carro da polícia, sugerindo que os desvios de conduta acontecem em razão da burocracia federal. O vídeo termina citando diversas operações policiais que terminaram em problemas para os prefeitos. Não há dúvida de que Dilma Rousseff ainda reage às críticas como se estivesse militando na Vanguarda Popular Revolucionária (VAR-Palmares), grupo terrorista do qual fez parte. Ela ainda não se converteu de fato às práticas e atitudes condizentes ao Estado Democrático de Direito.

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