domingo, 23 de maio de 2010

Havai manda 20 mil toneladas de lixo para o continente devido à falta de espaço

Mais de 20 mil toneladas de lixo foram compactadas em fardos verdes armazenados de modo organizado, prontos para viajarem cerca de 3,7 mil quilômetros pelo Pacífico até o continente, como qualquer outra exportação. O transporte do lixo tem sido sucessivamente atrasado desde que começou a acumular, no calor tropical de setembro passado. Para uma ilha vulcânica de cerca de 71 quilômetros de extensão no meio do Oceano Pacífico, numa das poucas partes dos Estados Unidos onde uma rodovia interestadual não chega, as opções para se livrar do lixo são limitadas. Foi assim que as autoridades locais tiveram a ideia de enviar parte de seu lixo ao continente. O que deveria ser uma solução rápida se tornou um problema de longa duração após a empresa contratada para o transporte do lixo não conseguir as licenças necessárias do governo federal. Alguns grupos ambientais desaprovaram a ideia logo de início, argumentando que Oahu deve se esforçar mais no sentido de reduzir a quantidade de lixo que produz e de reciclar uma parcela maior dele, ao invés de exportá-lo. Oahu, a ilha mais populosa do Havaí e o lar de Honolulu, está expandindo sua capacidade de incineração, processo que queima o lixo e gera eletricidade, mas o projeto ainda deve levar alguns anos para ser concluído. O aterro sanitário municipal, Waimanalo, tem uso autorizado até apenas 2012. As autoridades esperam usá-lo por mais tempo e abrir um novo aterro, mas reconhecem que pode levar anos até que se encontre um lugar e as licenças necessárias sejam obtidas. Quando várias companhias privadas apresentaram a proposta de enviar parte do lixo para o continente, os membros do Conselho Municipal de Honolulu se interessaram. Uma empresa privada, Hawaiian Waste Systems, disse que poderia levar o lixo até um aterro em Washington por US$ 99,89 a tonelada, quase metade do custo proposto pelos outros concorrentes. A empresa ganhou o contrato, mesmo sem uma licença crucial do Departamento de Agricultura americano, cuja fiscalização assegura que nenhuma peste, inseto ou doença animal ou vegetal seja exportada com o lixo.
Pensando que a aprovação seria iminente, a companhia começou a coletar o lixo em setembro e a envolvê-lo em plástico. Por um tempo, o lixo foi armazenado nas docas, gerando reclamações das empresas vizinhas sobre mosquitos. Então, começaram a armazená-lo no pátio de uma região industrial em Kapolei. Neste mês, o Departamento Estadual de Saúde multou a companhia em US$ 40,4 mil por armazenar o lixo durante tempo demais. Honolulu não é o único lugar que busca destinos distantes para seu lixo. Após Rudolph W. Giuliani fechar o aterro municipal Fresh Kills, em Staten Island, quando era prefeito, a cidade de Nova York passou a transportar parte de seu lixo por ferrovias até aterros na Virgínia e na Carolina do Sul. Mas as autoridades havaianas disseram que querem que a ilha seja capaz de lidar sozinha com seu lixo, sem depender de terceiros. Para educar os moradores, eles oferecem o "tour do lixo" - um popular passeio da prefeitura que mostra aos havaianos o destino de seu lixo.

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