sexta-feira, 18 de junho de 2010

Empresas estrangeiras se afastam do Irã por causa das sanções decretadas pela ONU

Um número cada vez maior de empresas da área petrolífera, companhias de importação e exportação, e outras firmas internacionais, pararam de fazer negócios com o Irã este ano em meio à pressão dos Estados Unidos para isolar Teerã e aos esforços internacionais para impor sanções mais duras ao país persa. A empresa italiana de petróleo e gás Eni está entregando as operações do campo de petróleo de Darkhovin, no Irã, a parceiros locais para evitar sanções americanas, disse a Eni a autoridades dos Estados Unidos em 29 de abril. A Eni, presente no Irã desde 1957, disse que tinha apenas atividades residuais ligadas a contratos de recompra datados de 2000 e 2001. A gigante francesa de energia Total vai parar de vender gasolina ao Irã se os Estados Unidos aprovarem a lei que penaliza fornecedores de combustível ao Irã, disse o chefe-executivo da empresa em 26 de abril. A empresa russa de petróleo Lukoil vai interromper as vendas de gasolina ao Irã, disseram fontes da indústria em 7 de abril, após uma decisão similar da Royal Dutch Shell, em março. A Lukoil forneceu entre 250 mil e 500 mil barris de gasolina ao Irã a cada dois meses, dizem negociadores. A malasiana Petronas parou o fornecimento de gasolina ao Irã, disse um porta-voz da empresa em 15 de abril. A Petronas mandou o último carregamento de gasolina ao porto de Bandar Abbas, no Irã, em 4 ou 5 de março, disseram fontes da indústria. A fabricante de carros de luxo Daimler anunciou planos, em 14 de abril, de vender seus 30% de participação em uma fabricante iraniana de motor e de congelar as exportações programadas de carros e caminhões ao Irã. O anúncio se seguiu a uma decisão similar das seguradoras alemãs Munich Re e Allianz. A maior refinadora privada da Índia, Reliance Industries, não vai renovar um contrato para importar petróleo cru do Irã para o ano financeiro de 2010, disseram em 1º de abril duas fontes próximas ao acordo. As empresas de negociação de petróleo Trafigura e Vitol estão encerrando as vendas de gasolina ao Irã, disseram fontes da indústria em 8 de março. A Ingersoll-Rand Plc, fabricante de compressores de ar e de sistemas de resfriamento para prédios e transportes, disse que não vai mais permitir que suas subsidiárias vendam partes ou produtos a Teerã. A empresa de serviços no ramo de petróleo Smith International disse em 1º de março que estava ativamente buscando o encerramento de todas as suas atividades no Irã. A Caterpillar, maior fabricante mundial de equipamentos de construção e mineração, disse em 1º de março que tinha endurecido sua política de não fazer negócios com o Irã para evitar que as subsidiárias no Exterior vendam equipamentos a negociadores independentes que os revendem a Teerã.O conglomerado de engenharia alemão Siemens disse em janeiro que não aceitaria mais pedidos do Irã. A Glencore interrompeu o fornecimento de gasolina ao Irã em novembro de 2009, segundo negociadores. A negociadora de commodities, baseada na Suíça, não quis comentar o assunto em janeiro. A fabricante de químicos Huntsman Corp anunciou em janeiro que suas subsidiárias indiretas no exterior iriam parar de vender produtos para terceiras partes no Irã. Gigantes da contabilidade como KPMG, PricewaterhouseCoopers e Ernst & Young se declararam livres de qualquer relação comercial com o Irã. O website do grupo de lobby sediado em Nova York United Against Nuclear Iran traz uma lista com empresas que ainda têm, ou tiveram, negócios com o Irã. A lista inclui empresas que têm laços fortes com o Irã. O Escritório de Contabilidade do governo dos Estados Unidos relatou em abril que 41 empresas estrangeiras estavam envolvidas nos setores de petróleo, gás natural e petroquímico no Irã de 2005 a 2009. Em um novo relatório divulgado na quarta-feira, o órgão disse que sete dessas empresas receberam contratos do governo americano valendo cerca de US$ 880 milhões. As empresas são: Repsol, da Espanha; Total; Daelim Companhia Industrial, da Coréia do Sul; Eni; PTT Exploração e Produção, da Tailândia; Hyundai Indústrias Pesadas, da Coreia do Norte; e GS Engenharia e Construção, da Coréia do Sul. A Gazprom, da Rússia, confirmou em março que estava em negociações com o Irã para desenvolver o campo de petróleo de Azar. O chanceler paquistanês disse em 10 de junho que um projeto de US$ 7,6 milhões para exportar gás natural do Irã ao Paquistão permaneceria intacto após as sanções da ONU.

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