quarta-feira, 9 de junho de 2010

Irã muda nomes e bandeiras de navios para burlar sanções, afirma o New York Times

O Irã e sua estatal Empresa de Navegação da República Islâmica lançam mão de métodos como trocar nomes e bandeiras de navios ou abrir empresas de fachada para burlar a lista negra de controle de exportação dos Estados Unidos, informa reportagem do jornal "The New York Times" nesta terça-feira. As sanções dos Estados Unidos proíbem empresas e bancos americanos de fazerem negócios com a Empresa de Navegação da República Islâmica, suas subsidiárias e seus navios. Um navio de nome Diplomat, com bandeira de Hong Kong e pertencente à empresa Starry Shine Ltd. atracou por cerca de uma hora no porto sul-africano de Durban, em 24 de janeiro de 2009, para retirar uma lancha Blaerunner 51, que pode ser armada com torpedos e usada como método de ataque rápido no Golfo Pérsico, informa o The New York Times. Seis meses antes, o nome estampado no mesmo navio era Iran Mufateh, e ele fazia parte de uma frota pertencente à Empresa de Navegação da República Islâmica. No momento em que os EUA perceberam o truque, Diplomat e Starry Shine já eram coisa do passado. Localizado por um sistema de radar eletrônico em abril, em Karachi, no Paquistão, o navio levava o nome Amplify, estava sob nova direção e tinha um misterioso novo dono, segundo o jornal. Esse exemplo ilustra como o Irã tenta maquiar a propriedade de seus navios usando uma série de empresas de fachada na Europa e na Ásia, segundo investigação do The New York Times, em um jogo de gato e rato que torna cada vez mais difícil garantir a eficácia das sanções impostas pelos Estados Unidos. Entre as estratégias adotadas pelo Irã estão dar nomes em inglês aos navios, usar bandeiras da Alemanha, Hong Kong e Malta, e alterar os donos, operadores e diretores das frotas. A "lista negra" elaborada pelos Estados Unidos em 2008 com todos os nomes dos navios da Empresade Navegação da República Islâmica não está atualizada. Dos 123 navios da empresa listados, apenas 46 ainda pertencem claramente à empresa ou a suas subsidiárias oficialmente conhecidas pelos Estados Unidos. Quatro foram afundados. Os outros 73 estão registrados como pertencentes e operados por companhias que não aparecem na lista negra, informa o jornal. Essas empresas estão localizadas longe do Irã, em lugares como Malta, Hong Kong, Chipre, Alemanha e Ilha de Man. A maioria são controladas por autoridades da Empresa de Navegação da República Islâmica ou pertencem a ela. A maioria dos navios são operados por três recém-fundadas empresas iranianas (Hafiz Darya, Sapid e Soroush Sarzamin Asatir), que podem ser localizadas em endereços de instituições pertencentes à Empresa de Navegação da República Islâmica, no Irã, como o "Irisl Club" e o Instituto Marítimo Irisl. Em janeiro de 2009, a Hafiz Darya assumiu os negócios de navios de contêineres da Irisl, mas autoridades da Irisl alegaram que a Hafiz Karya era uma entidade independente e que a medida fazia parte de um grande esforço de privatização do governo. A Hafiz Darya tornou-se a 23ª maior empresa mundial de navios de contêineres, enquanto a Irisl desapareceu da lista das cem maiores.

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