sexta-feira, 4 de junho de 2010

Jornal ícone da esquerda, Le Monde é colocado à venda na França

O jornal francês Le Monde, ícone da esquerda mundial, um dos mais importantes do mundo, criador do Foro Social Mundial, foi oficialmente posto à venda na quarta-feira, em Paris. O anúncio foi feito em editorial de capa pelo diretor-executivo da publicação, Eric Fottorino, e confirma a perspectiva aberta em janeiro de 2008, quando começou o agravamento da crise do jornal. Os futuros proprietários, que deverão injetar entre € 80 milhões e € 100 milhões em troca do controle acionário, terão de assinar um termo de compromisso para garantir a total independência editorial do periódico esquerdóide, o que é bobagem, porque ninguém põe tanto dinheiro bom em uma droga de produto, incapaz de gerar lucro. A troca de controle do Le Monde é o maior movimento em curso no mercado editorial da Europa, e está mobilizando investidores da própria França, mas também da Itália, da Espanha e da Suíça. As ofertas deverão ser concretizadas até 14 de junho pelo conjunto do grupo Le Monde, integrado também pelo site lemonde.fr (portal informativo mais frequentado do país), pelo jornal Le Monde Diplomatique, pelas revistas Courrier International, Télérama e La Vie, e pela gráfica da companhia, além de seus imóveis. A perspectiva é de que, até 30 de junho, o selecionado para liderar o processo de recapitalização do grupo seja conhecido. A venda, nas palavras do diretor Fottorino, marcará "uma virada histórica para o Le Monde", um jornal fundado pelo legendário jornalista Hubert Beuve-Méry, em 1944, e controlado por seus funcionários desde 1951. Ele tem razão, vai significar mesmo uma grande virada.

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