domingo, 13 de junho de 2010

José Serra critica elogios a "ditadores de todos os lados do planeta" ao lançar sua candidatura

Em discurso no sábado durante a convenção do PSDB para o lançamento de sua candidatura a presidente da República, o ex-governador de São Paulo, José Serra, afirmou que "não fica bem elogiar ditadores de todos os lados do planeta". Crítico das alianças do governo Lula com países como o Irã, Cuba e Venezuela, Serra afirmou ainda que "muitos políticos que se apresentam como democratas desdenham da democracia nas suas práticas diárias". Serra iniciou seu discurso de maneira mais formal. "Sim, eu aceito ser candidato a presidente da República", começou Serra. Em seguida já partiu para um discurso mais duro: "Não aceito a patrulha de idéias. Nem vermelho nem azul". Criticou também o aparelhamento do Estado por quem está no poder: "A oposição nunca deve ser aniquilada pelo uso do poder financeiro do Estado". Serra aproveitou o assunto para dizer que não tem "patota corporativa" nem "esquadrão de miitantes". Após o início de ataques aos seus adversários, Serra passou a fazer um discurso mais propositivo e passou a enumerar algumas de suas propostas, como a criação de 1 milhão de vagas em escolas técnicas e de 150 ambulatórios médicos de especialidade em dois anos. Serra terminou seu discurso garantindo disposição: "Nunca tive tanta energia física quanto nessa semana". O evento de lançamento da campanha tucana foi realizado em Salvador, em um dos clubes mais tradicionais da capital da Bahia, o Centro Espanhol. Sem citar o nome do presidente Lula, Serra chegou a comparar a situação brasileira com a da França, na época de Luís XIV: "Acredito que o Estado deve subordinar-se à sociedade, e não ao governante da hora, ou a um partido. O tempo dos chefes de governo que acreditavam personificar o Estado ficou para trás, há mais de 300 anos. Luís XIV achava que o Estado era ele. Nas democracias e no Brasil, não há lugar para "luíses" assim". Serra deu ênfase a sua postura de "respeito às liberdades" que segundo ele, não é o que ocorre hoje no Brasil: "Acredito na democracia e isso não é uma crença de ocasião. Muitos políticos ou partidos que se apresentam como democratas, desdenham a democracia nas suas ações diárias. Mas ao contrário de adversários políticos, para mim, o compromisso com a democracia não é tático, não é instrumental. É um valor permanente. Inegociável". Serra ainda ressaltou que respeita a liberdade de imprensa e que não aceita "patrulha de idéias": "A imprensa não deve ser intimidada, pressionada pelo governo, ou patrulhada por partidos e movimentos organizados que só representam a si próprios, financiados pelo aparelho estatal. Não aceito patrulha de idéias". O candidato tucano ainda classificou como "anomalias" as organizações de trabalhadores que, segundo ele, são sustentadas com o dinheiro público e servem para a manutenção de esquemas de poder.

Nenhum comentário: