segunda-feira, 21 de junho de 2010

Ministro de Relações Exteriores da Argentina renuncia ao cargo

O chanceler da Argentina, Jorge Taiana, apresentou na sexta-feira sua renúncia à presidente peronista populista e muito incompetente Cristina Fernández de Kirchner. A demissão foi confirmado pelo chefe de gabinete, Aníbal Fernandez, que anunciou a nomeação de Hector Timerman, o embaixador da Argentina nos Estados Unidos, como o novo chanceler. Depois de conversar com a presidente, o ministro das Relações Exteriores deixou o cargo por considerar que não tinha apoio e por diferenças de opinião em matéria de política externa. A renúncia do chanceler coincide com a retomada das negociações da Argentina e do Uruguai na instalação de uma fábrica de celulose na área de fronteira. Opositores exigem que os governos de ambos os países negociem um sistema de monitoramento conjunto da fábrica, suspeita de contaminar o rio. Também coincide com ofensiva da Argentina contra a decisão do Reino Unido de iniciar a perfuração de petróleo em torno das Malvinas, cuja posse é disputada pelos dois países e já motivou uma guerra em 1982. Jorge Taiana foi nomeado chanceler no final de 2005, durante o governo de Néstor Kirchner (2003-2007), marido e antecessor de Cristina. Sociólogo de profissão, militante político e defensor dos direitos humanos desde a sua juventude, esteve preso pela ditadura militar entre 1975 e 1982. Taiana entregou uma carta ao secretário Legal e Técnico da Presidência, Carlos Zanini, na qual pediu demissão "em forma indeclinável". E que a decisão foi tomada após uma conversa telefônica com a presidente Cristina Kirchner. O jornalista Gustavo Sylvestre, da emissora de televisão TN (Todo Noticias), disse que Cristina Kirchner e Taiana teriam tido uma "forte discussão" na sexta-feira, antes do pedido de demissão. A mesma emissora disse que a presidente teria reprovado o vazamento de informações de que Argentina e Uruguai planejariam pedir ajuda ao governo brasileiro no caso de uma fábrica de celulose na fronteira, que é motivo de discórdia entre Montevidéu e Buenos Aires há mais de quatro anos. Além disso, outros fatores, como uma viagem que foi recentemente cancelada por Kirchner à China e alegações de que funcionaria em Caracas uma "embaixada paralela", ligada à Presidência e não à chancelaria, também teriam contribuído para a insatisfação de Taiana. "A relação começou a desgastar quando a presidente disse, publicamente, que tinha chegado atrasada por culpa dele à reunião do Mercosul, no Paraguai (em julho de 2009). Mas várias visões diferentes sobre política externa foram se somando. Pode-se dizer que Venezuela também foi um fator, mas não foi algo especifico e sim um conjunto", disse um dos assessores de Taiana.

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