sexta-feira, 25 de junho de 2010

Nem o FBI consegue decifrar arquivos de Daniel Dantas

Nem mesmo o FBI conseguiu quebrar o sofisticado sistema de criptografia dos discos rígidos apreendidos pela Polícia Federal no apartamento do banqueiro Daniel Dantas, no Rio, durante a Operação Satiagraha, deflagrada em julho de 2008. Após um ano de tentativas frustradas, em abril a polícia federal americana devolveu os equipamentos ao Brasil. Talvez nunca seja possível descobrir se os HDs continham algo parecido com os "segredos da República", como supunha o primeiro chefe da operação, delegado federal Protógenes Queiroz. A ajuda aos Estados Unidos só foi pedida no início de 2009, após os peritos do Instituto Nacional de Criminalística terem falhado nos esforços de decodificar as senhas dos HDs. O governo não tem nenhum instrumento jurídico para obrigar nem o fabricante americano do sistema de criptografia nem Dantas a ceder os códigos de acesso. Os equipamentos continuarão sob a guarda da Polícia Federal. Os peritos do INC esperam que novos dados da investigação ou que uma nova tecnologia os ajudem a quebrar as chaves de segurança. Por meio de sua assessoria, o Opportunity informou que os dois programas usados nos equipamentos estão disponíveis na internet -um deles é gratuito (Truecrypt). Acrescentou que o Opportunity e Dantas passaram a usar a criptografia devido a suspeitas de espionagem. Ao todo, foram enviados aos Estados Unidos seis discos rígidos externos e um computador portátil, com potencial somado de armazenamento de 2,08 terabytes, o equivalente a aproximadamente 43,6 milhões de músicas de cinco minutos em formato MP3. O sistema de criptografia usado é um dos mais sofisticados do mercado, chamado AES 256 bits. Uma tecnologia inferior a essa, a de 128 bits, permite uma quantidade de combinações de senhas que tem como grandeza o número 3 seguido de 38 zeros.

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