sexta-feira, 18 de junho de 2010

União Européia aprova sanções ao Irã e medidas atingem setor energético

Em reunião em Bruxelas, os líderes da União Européia aprovaram nesta quinta-feira um pacote de sanções unilaterais ao Irã, incluindo medidas que visam o bloqueio a investimentos europeus na indústria energética iraniana, de gás e petróleo, e buscam reduzir a capacidade produtiva destes setores no país, atingindo diretamente a economia da república fascista islâmica. As sanções são consideravelmente mais rígidas do que as aplicadas pelo Conselho de Segurança da ONU no dia 10 de junho, focadas em exercer pressão para conter o programa de enriquecimento de urânio, acusado pelo Ocidente de ter como objetivo a construção de armas atômicas, o que o Irã nega. Após a votação, os chefes de Estado e governo do bloco emitiram declaração conjunta justificando a imposição das novas medidas. "O Conselho Europeu se arrepende profundamente do fato de o Irã não ter aproveitado as diversas oportunidades que foram oferecidas para remover as preocupações da comunidade internacional sobre a natureza de seu programa nuclear", dizia o texto do comunicado. "Sob essas circunstâncias, novas medidas restritivas tornaram-se inevitáveis", conclui o documento. Alguns países manifestaram dúvidas quanto ao rigor das medidas, principalmente a Alemanha, que possui grandes investimentos no setor de gás e petróleo do Irã. A Rússia, que apesar de ter apoiado as sanções da ONU contra o Irã mantém um relacionamento estratégico com Teerã e detém interesses econômicos consideráveis no país, criticou a União Européia e os Estados Unidos por terem aplicado sanções unilaterais em adição às já aprovadas pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas. As medidas aprovadas pelos Estados Unidos e pela União Européia atingirão o setor bancário e de seguros, de transportes e logística (incluindo cargas aéreas) e setores-chave para a economia iraniana, como o energético, principalmente a produção de gás e petróleo. O texto das sanções européias indica que as medidas proíbem "novos investimentos, assistência técnica e transferência de tecnologias, equipamento e serviços relacionados a estas áreas, em particular relacionadas ao refinamento, liquefação e tecnologia de gás natural".

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