terça-feira, 13 de julho de 2010

Aumento na venda de caminhões faz faltar pneus no país

De acordo com a Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), foram produzidas 1,7 milhão de unidades de automóveis comerciais leves, caminhões e ônibus no primeiro semestre deste ano, em todo o Brasil, 19% a mais do que no mesmo período do ano passado. As vendas também cresceram no período: 9%. A produção de caminhões chamou atenção: aumentou 53% nos primeiros seis meses deste ano. O problema é que não há pneus para as carretas. “Neste momento, que nós poderíamos realmente estar entregando, atendendo a expectativa do mercado, nós não estamos conseguindo fazer isso por causa da falta de pneus. É uma pena mesmo, porque nós poderíamos ter um excelente 2010”, lamenta o coordenador comercial da Randon, Arselino Dellazzari. Uma carroceria usada no transporte de cana-de-açúcar, por exemplo, precisa de 16 pneus, mas só tem 8. O dono terá que arrumar mais 8 se quiser levar a carreta. A situação é a mesma em outros fabricantes: 25% da produção está encalhada por falta de pneus. As revendoras estão com estoques de pneus para poucos dias, quanto têm o produto disponível. Para quem produz as carrocerias, há um descompasso entre a produção de caminhões e de pneus, que começou no fim do ano passado, quando o governo brasileiro aplicou uma sobretaxa aos pneus importados da China. “Muitos fabricantes acabaram por diminuir as importações e, consequentemente, aumentou no mesmo momento o volume, a demanda no mercado interno. Então, com menor entrada de pneus importados e maior produção no mercado interno de implementos rodoviários, acabou acontecendo esse fato que é faltar pneus”, diz Rafael Wolf, da Associação Nacional de Implementos Rodoviários. Mesmo diante desse cenário, Eugênio Deliberato, presidente da Anip, que reúne a indústria de pneus, diz que a produção acompanhou o crescimento do setor de carretas e caminhões de carga. E culpa as revendedoras por eventuais problemas nos estoques: “Não concordo, não falta pneu de carga no mercado, essa anomalia que elas colocam é resultado da falta de planejamento deles, sem dúvida alguma”.

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