quinta-feira, 8 de julho de 2010

Ex-general da ditadura pega quarta pena de prisão perpétua na Argentina

O ex-general Luciano Menéndez, também conhecido como "La Hiena", recebeu nesta quinta-feira sua quarta condenação à prisão perpétua, por crimes de lesa-humanidade durante a ditadura militar argentina (1976/83), segundo o veredicto de um julgamento oral transmitido pela televisão, a partir de Tucumán (norte). Menéndez, de 83 anos, foi condenado, agora, por crimes de privação ilegítima da liberdade, imposição de tormentos, torturas seguidas de morte em dois casos e homicídio de 19 pessoas, de acordo com a sentença, que será lida no dia 23 de agosto. O ex-comandante do Terceiro Corpo do Exército, com jurisdição sobre o centro e o norte do país, havia sido condenado em três julgamentos anteriores à prisão perpétua, que cumpre, desde 2008, numa cela comum. Junto com Menéndez, também foi condenado nesta quinta-feira à prisão perpétua, em cela comum, o ex-chefe da inteligência policial de Tucumán, Roberto Albornoz, "El tuerto". Os ex-policiais Luis e Carlos de Cándido receberam 18 e três anos, respectivamente. O ex-general Antonio Bussi, governador de Tucumán durante a ditadura, foi eximido deste processo, devido a seu estado de saúde deteriorado, permanecendo em prisão domiciliar, apesar de ter sido condenado à perpétua em 2008, junto com Menéndez, pelo sequestro e assassinato, em 1976, de um ex-senador peronista. "Assassinos, assassinos", gritaram os familiares das vítimas apenas concluída a leitura da sentença, em meio ao olhar desafiante de Menéndez, antes de ser retirado da sala de audiências do tribunal de Tucumán. Os julgamentos contra militares foram retomados a partir da reabertura de centenas de causas, depois da anulação, em 2003, das leis de anistia da década de 80.

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