quinta-feira, 22 de julho de 2010

Igreja Católica do Chile propõe perdoar crimes de militares durante ditadura

A Igreja chilena propôs nesta quarta-feira, em comunicado, incluir num indulto, por motivos humanitários, militares sentenciados por crimes contra os direitos humanos que tivessem tido um grau de responsabilidade menor nos casos e que tenham mostrado gestos de arrependimento. "Não esqueçamos que nem todos eles tiveram igual responsabilidade nos crimes que foram cometidos. Ao nosso ver, não cabem nem um indulto generalizado nem uma recusa geral do indulto para todos os ex-militares condenados pelos crimes de ditadura", assinala a proposta da Igreja, entregue nesta quarta-feira ao presidente Sebastián Piñera. "A reflexão deve distinguir, por exemplo, o grau de responsabilidade que coube a cada um, o grau de liberdade com que atuaram, os gestos de humanidade que tiveram e o arrependimento que manifestaram por seus delitos", afirma ainda o documento. A Igreja entregou sua proposta de indulto a presos nesta quarta-feira por ocasião do bicentenário da independência, na qual se assegura a salvaguarda do império da justiça em termos de crimes contra os direitos humanos. Essa proposta da Igreja Católica no Chile revela o quanto a instituição está degenerado. Perdoar torturadores e assassinos a mando de um Estado totalitário é totalmente impensável. Só degenerados podem propor algo assim. A ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990) deixou 3.000 vítimas, entre mortos e desaparecidos. Mais de 500 militares da época são processado por esses casos.

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