sexta-feira, 2 de julho de 2010

Justiça do Uruguai confirma condenação de seis ex-militares da ditadura

A Justiça uruguaia confirmou a condenação de seis repressores da ditadura militar do país (1973-1985) por 28 "homicídios especialmente agravados" relacionados aos traslados clandestinos de detidos em 1976. O Tribunal de Apelações ratificou a sentença emitida em fevereiro pelo juiz Luis Charles contra os ex-militares Jorge Silveira, Ernesto Avelino Ramas, Gilberto Vázquez e Luis Maurente, e os ex-chefes policiais Ricardo Medina e Jorge Sande Lima. Segundo as fontes, a Justiça encontrou "a existência de provas suficientes e categóricas" sobre a responsabilidade dos seis ex-policiais e militares nos crimes investigados, baseando-se no testemunho dos sobreviventes e documentos relacionados à época. Silveira, Ramas e Vázquez foram condenados a 25 anos de reclusão. Maurente, Medina e Sande foram condenados a 20 anos. Em março de 2009, os seis repressores, junto a José Nino Gavazzo e Ricardo Arab, foram condenados em primeira instância pelo sequestro na Argentina, traslado clandestino ao Uruguai e posterior desaparecimento de 28 cidadãos uruguaios. Os episódios ocorreram dentro da Operação Condor, repressão coordenada pelas ditaduras do Cone Sul (Argentina, Chile, Bolívia, Paraguai e Uruguai, além do Brasil). Entre as vítimas dos crimes estava María Claudia García, nora do poeta argentino Juan Gelman. Na época, ela foi detida no seu país, a Argentina, e entregue à polícia uruguaia. Na prisão, em Montevidéu, a jovem deu à luz Macarena Gelman.

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