segunda-feira, 12 de julho de 2010

Justiça suiça rejeita pedido de extradição do cineasta Roman Polanski

O cineasta franco-polonês Roman Polanski já deixou o chalé que possui na estação de esqui de Gstaad, onde cumpria prisão domiciliar. A Confederação Helvética anunciou nesta segunda-feira a rejeição ao pedido de extradição para os Estados Unidos, onde é acusado de ter mantido relações sexuais com uma menor há 33 anos, por falta de provas conclusivas sobre o processo judicial que começou em 1977. Polanski foi preso no dia 26 de setembro em Zurique, onde tinha ido para ser homenageado, e libertado sob fiança no dia 4 de dezembro, sendo detido confinado em prisão domiciliar. Após sete meses recluso, ele deixou seu chalé nesta segunda-feira. A ministra de Justiça suíça, Eveline Widmer-Schlumpf, informou em entrevista coletiva da decisão de rejeitar a extradição. Segundo ela, as autoridades suíças pediram informações complementares sobre o processo a que Polanski foi submetido em Los Angeles quando aconteceram os fatos, pedido rejeitado por Washington que alegou a confidencialidade dos documentos. No dia 3 de março as autoridades suíças pediram às americanas um documento judicial no qual o juiz encarregado do caso assegurava às partes que com a pena de 42 dias de prisão na divisão psiquiátrica de uma prisão californiana imposta a Polanski, a condenação ficava encerrada. "Nestas condições não podemos excluir com total certeza que Roman Polanski já tenha purgado sua pena e que, portanto, a reivindicação de extradição sofre de um vício grave", ressaltou Widmer Schlumpf. O diretor, de 76 anos, é acusado de ter mantido relações sexuais com uma menor de 13 anos em 1977, quando ele tinha 43. Anos depois Polanski chegou a um acordo com a jovem e sua família, que retirou todas as acusações e se pronunciou publicamente pelo fechamento definitivo do caso, mas os juízes americanos consideraram que o crime não prescreveu e que o diretor deve ser julgado. Nascido em 1933 de pais judeus poloneses, sua vida foi marcada por uma fuga do gueto de Cracóvia e pelo assassinato de sua esposa grávida, a atriz Sharon Tate, em 1969, por seguidores de Charles Manson, líder de uma seita. Polanski é conhecido sobretudo por filmes clássicos como "Chinatown", que recebeu 11 indicações ao Oscar, e "O Bebê de Rosemary".

Nenhum comentário: