sábado, 24 de julho de 2010

Morre na Argentina ex-militar acusado de crimes na ditadura

O ex-general Acdel Edgardo Vilas, acusado de crimes contra a humanidade cometidos na Argentina durante a ditadura militar (1976-1983), morreu em Buenos Aires. Vilas esteve envolvido em atos de repressão ilegal em vários pontos do país durante o regime, chegou a ser detido e a declarar à Justiça sua responsabilidade nos casos. Em 1988, ele foi perdoado pela Suprema Corte e, um ano depois, foi um dos beneficiados pelos indultos concedidos a militares pelo então presidente da Argentina, Carlos Menem. "Foi um repressor muito temível", disse o promotor Hugo Cañón ao jornal "Tiempo Argentino". Ele atuou como promotor em causas por crimes contra a humanidade na cidade de Bahía Blanca. Entre outros crimes, Vilas foi acusado de ser o responsável por montar um centro clandestino de detenção na província de Tucumán, no norte da Argentina, além de vários casos de sequestros e torturas. Também foi acusado de comandar a repressão ilegal do Exército no sul da província de Buenos Aires e em Río Negro. Após a anulação das chamadas leis do perdão na Argentina, Vilas não pôde ser levado novamente aos tribunais devido à deterioração de sua saúde por um derrame cerebral e, por isso, o ex-militar morreu sem ser condenado. Já o ex-ministro da Economia argentino José Alfredo Martínez de Hoz, indiciado pelo sequestro de dois empresários durante a ditadura no país (1976-1983), foi transferido na sexta-feira para sua casa depois que a Justiça permitiu sua prisão domiciliar. Ministro entre 1976 e 1981, Martínez de Hoz cumpria uma ordem de prisão preventiva desde maio, mas depois que foi internado em uma clínica de Buenos Aires, seus advogados de defesa solicitaram à Justiça o cumprimento de sua detenção em casa. O ex-ministro foi indiciado pelo sequestro com fins de extorsão dos empresários Federico e Miguel Gutheim, pai e filho. A Justiça investiga se os Gutheim foram sequestrados entre novembro de 1976 e março de 1977 para serem obrigados a assinar uma operação comercial com Hong Kong que favorecia o regime ditatorial argentino.

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