sexta-feira, 30 de julho de 2010

Preso cubano que fazia greve de fome deixa hospital

O dissidente cubano Guillermo Fariñas, que fez uma longa greve de fome e ajudou a pressionar a ditadura de Cuba a libertar presos políticos, deixou o hospital nesta quinta-feira, não completamente recuperado, mas pronto para retomar sua vida na oposição. Três semanas após encerrar seus 135 dias de jejum, Fariñas disse por telefone que se sente "diminuído" e ainda não pode andar direito. Ele parou de comer e ingerir líquidos em 24 de fevereiro e encerrou a greve de fome em 8 de julho, um dia após o governo prometer soltar 52 dissidentes presos, em um acordo negociado com a Igreja Católica. Sua greve de fome ajudou a atrair críticas internacionais à ditadura cubana, que se seguiu à morte do dissidente preso Orlando Zapata Tamayo, em 23 de fevereiro, e a perseguição do grupo opositor Damas de Branco durante protestos. No dia seguinte ao da morte de Orlando Zapata Tamayo, o presidente bolivariano Lula chegou a Cuba e chamou os grevistas de fome de "bandidos iguais aos de São Paulo". O psicólogo cubano e escritor Guillermo Fariñas, de 48 anos, entrou em colapso em 11 de março e, após isso, passou a receber nutrientes e líquidos por meio intravenoso em um hospital em sua cidade natal, Santa Clara, a 270 quilômetros a leste de Havana. Falando de Santa Clara, Fariñas disse que está comendo "pequenas quantidades" de comida e continua recebendo tratamento para um coágulo sanguíneo na jugular, que médicos descreveram como pondo sua vida em risco. Ele disse que deve passar sua primeira semana fora do hospital dando entrevistas à imprensa internacional, e então retomar seu trabalho de editar e escrever para um blog dissidente. Até agora, 20 dos 52 presos políticos foram soltos em um processo que a Igreja disse que pode levar quatro meses. Fariñas disse estar pronto para retomar a greve de fome se os presos não forem todos soltos até 7 de novembro.

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