quinta-feira, 8 de julho de 2010

Procuradora é condenada a oito anos por torturar criança no Rio de Janeiro

O juiz Mário Mazza, da 32ª Vara Criminal, condenou nesta quinta-feira a procuradora aposentada Vera Lúcia Sant'Anna Gomes a oito anos e dois meses de prisão. A procuradora foi considerada culpada por torturar uma menina de dois anos que pretendia adotar. A menina agredida foi abandonada duas vezes pela mãe biológica, morou em abrigos quase todo o seu tempo de vida e há alguns meses passou a receber as visitas da procuradora, depois de autorização da Justiça. Carinhosa, ela se afeiçoou a Vera Lúcia, a quem já chamava de mãe. Para conseguir a guarda provisória de menina, a procuradora passou por um rigoroso e longo processo. Durante um ano, ela participou de reuniões mensais com membros do Conselho Tutelar e profissionais da Vara da Infância, da Juventude e do Idoso, passou por avaliação psicológica e por uma pesquisa social até, finalmente, obter a habilitação para adoção, quando o juiz autoriza o candidato a ter visitas com a criança. Pouco tempo depois, porém, empregados domésticos da procuradora testemunharam agressões físicas e verbais à criança. Uma gravação mostrou Vera Lúcia chamando a menina de "vaquinha" e tentando forçá-la a se alimentar. "Ela passou por todas as etapas e foi considerada apta. O que aconteceu foi um choque para todos. O processo de adoção tem que ser por amor e não por ver a criança como uma mercadoria que você pega da prateleira para experimentar. Mais de 90% dos casos são bem sucedidos. O pior desse caso é que tinha um casal também habilitado e muito interessado pela menina", disse a magistrada Ivone Ferreira Caetano. O pior de tudo é que esse procuradora pegará, efetivamente, muito pouco tempo na cana. Dos oito anos não deverá cumprir nem dois na cadeia. Essa é a lei brasileira.

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