terça-feira, 20 de julho de 2010

Turquia acusa 196 pessoas por tentativa de golpe de Estado

A Justiça turca acusou 196 pessoas, entre elas militares em atividade ou da reserva, como parte de uma investigação aberta há vários meses por tentativa de golpe em 2003 contra o governo islamita moderado. Os indiciamentos, anunciados em Istambul, são resultado de uma investigação iniciada em fevereiro, que já incluiu uma onda de detenções de militares. O principal suspeito, apresentado como o instigador da conspiração, é um general da reserva, Cetin Dogan, ex-comandante do Primeiro Exército, sediado em Istambul, cidade onde o complô teria sido elaborado. A conspiração, divulgada em detalhes por um jornal, em janeiro, previa a preparação do terreno para um golpe de Estado mediante ações violentas, com atentados a mesquitas e provocações para marcar tensão com a Grécia. O objetivo era semear o caos e demonstrar a incapacidade do governo do AKP (Partido da Justiça e do Desenvolvimento, islamita) de garantir a segurança do país. Entre os acusados estão o almirante Ozden Ornek, o ex-comandante do Exército, general da reserva Halil Ibrahim Firtina, o ex-comandante da Força Aérea e ex-subcomandante do Estado Maior, o general também da reserva Ergin Saygun. O exército turco derrotou ou causou a queda de quatro governos em 50 anos e se considera guardião dos princípios laicos, com grande prestígio. Uma parte da oposição acusa o governo de tentar desacreditar a instituição militar através deste julgamento e o de um outro, que também diz respeito a um caso de desestabilização do poder envolvendo militares, conhecido com o nome de Ergenekon.

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