domingo, 1 de agosto de 2010

Chefe da polícia de Pinochet se diz orgulhoso e acusa CIA de matar general Prats

O general reformado chileno Manuel Contreras Sepúlveda, condenado a mais de 200 anos de prisão em 40 julgamentos por violações dos direitos humanos, afirmou na sexta-feira estar "orgulhoso" do que fez à frente da polícia secreta da ditadura de Augusto Pinochet no Chile. Ele também negou ter ordenado o assassinato do ex-comandante-em-chefe do Exército chileno, Carlos Prats, e atribuiu o crime à Agência Central de Inteligência dos Estados Unidos (CIA). "Fui chefe de uma instituição que eliminou o terrorismo no Chile. Estou orgulhoso do que fez a Dina (Direção de Inteligência Nacional)", afirmou Contreras, de 81 anos, entrevistado pela emissora Chilevisión na prisão onde cumpre pena. "A CIA mandou matar o general Prats", declarou Contreras. O antigo chefe da Dina, polícia secreta do regime militar, acrescentou que "lamenta muito" a morte desse oficial, que foi seu professor na Academia Militar. Contreras, que recentemente foi condenado a 17 anos de prisão pelo assassinato do general Carlos Prats (opositor de Pinochet) e sua mulher, descartou ter sido agente pago da CIA: "Nunca recebi um centavo da CIA, nem para a DINA, nem para mim". Contreras também negou que a Dina tivesse assassinado inocentes: "Nós não matamos ninguém que não fosse terrorista. Não mandei matar ninguém. Se havia um terrorista que lutava contra nós, era matar ou morrer. Não tenho as mãos manchadas de sangue. Tenho orgulho por ter eliminado o terrorismo no Chile".

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